Será que o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, da noite para o dia, caiu na real e constatou que não dá mais para seguir o raciocínio negacionista sobre a pandemia da Covid-19 propagado pelo seu mestre, presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem diz ser o filho nº 05? Ou resolveu agora fazer uma média com o povo piauiense e o povo brasileiro, que, em sua maioria, reprovam as atitudes desastradas e as grosserias do presidente do país em torno da pandemia contribuindo ainda mais para um crescente rastro de contaminação e mortes pela nação, epicentro do mundo da doença?
Desde meados do ano passado, o senador Ciro Nogueira vem realizando ataques duros e inconsequentes contra o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), por conta do seu protagonismo nacional contra a pandemia. O governador petista vem realizando uma verdadeira união suprapartidária nacional de governadores para conter o avanço da Covid-19 e pela vacinação em massa da população, já que o governo central vem trabalhando na contramão do mundo.
Governador Wellington Dias
Ao contrário, o senador piauiense vem caminhando de braços dados com um presidente que vem sendo acusado no Brasil e no mundo afora de genocida, por crimes contra a humanidade, já que trabalha ao lado do vírus do novo coronavírus, contestando e condenando as medidas de distanciamento social, muitas delas duras, para conter a transmissibilidade da doença. Essas ações de governadores vêm sendo aprovadas por cientistas, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela maioria esmagadora da população, que vem observando de forma dramática a morte diária (média de mais de 2 mil por dia) de entes queridos pelo país.
No portal Poder 360, o senador piauiense publicou artigo, nesse final de semana, conclamando agora união de todos contra a pandemia e a favor da vacinação em massa. “Não cabem mais polêmicas sobre erros e acertos, discussões sobre qual a melhor vacina ou quem é o responsável por garantir a compra delas. Acusações como essas não levam a nada, não reescrevem os fatos e criam ainda mais tensão. O momento é de buscar soluções com serenidade e é nisso que estou focado”, diz em um dos trechos do artigo o agora senador “paz e amor”(?).
Em das postagens no Twitter, Ciro Nogueira atacou: “O governador Wellington Dias decide punir a população, ao invés de socorrer o povo e as empresas. Em vez de abrir novas oportunidades, criando um auxílio emergencial, como fez o governo federal, decide trancar todos em casa, com o lockdown. Em outra ocasião, atirou: “Estradas do estado? Não tem. Obras do estado? Não tem. Grandes soluções? Não tem. Auxílio emergencial? Não tem. O que tem de sobra? O de sempre: paralisia e cansaço. O lockdown é fruto disso”.
Num aparente lapso de memória (ou hipocrisia?), o senador dá uma guinada para trás dos seus pontos de vistas originais, quando condenava as medidas restritivas, que incluem fechamento de atividades comerciais, entre outras: “Estamos há mais de 1 ano vivendo com as restrições impostas pela pandemia. Cada um de nós passou por desafios e dores particulares ao longo desse período. Brasileiros de todos os setores da sociedade possuem razões legítimas para se queixar: a dificuldade econômica, a perda do emprego, o fechamento de um negócio ou um ente querido que se vai. O momento, entretanto, exige que nos unamos para vencer a pandemia. Não buscando interesses particulares, mas o bem-estar coletivo por meio de uma luta nacional”. Impressionante.
Será que Ciro Nogueira está querendo sair de finininho do lado do seu “pai” depois que o homem resolveu ameaçar o povo brasileiro com ditatura militar? Ou será por conta de pesquisa que coloca o gestor brasileiro como responsável pelo aumento da miséria no Brasil e, principalmente, no sertão nordestino? Ou então seja porque o Brasil é agora apontado como líder em mortes pala pandemia. A verdade é que o senador piauiense se vê então forçado a mudar suas atitudes.
“Um fato é certo: precisamos das vacinas para fazer frente a esse pesadelo que assombra todos nós. Não podemos nos deter em discussões infrutíferas e discursos muitas vezes agressivos, enquanto novas cepas cada vez mais virulentas se espalham velozmente em cada canto do nosso país. O inimigo é o vírus, não as pessoas.”
Soa estranho esse posicionamento do senador, que vinha sendo, ao longo dessa pandemia, o inimigo mordaz de medidas restritivas contra a pandemia, especialmente no Piauí, onde almeja se consolidar como candidato da oposição a governador ou fazer frutificar seu projeto de poder.
Mas, que esse “sincericídio” do senador seja realmente uma realidade, para que não venha a cometer um suicídio ou um naufrágio político. Agora, vamos ver é se ele se coloca à disposição do governador Wellington Dias para se somar às ações que vêm sendo implementadas pelo governante piauiense no enfrentamento da pandemia em todo o estado. É ver para crer!
Redação