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Bolsonaro descarta deixar o Brasil diante de possível prisão pelo STF

Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro classificou tal possibilidade como uma "medida ruim" para a Corte.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na sexta-feira (21), que não pretende deixar o Brasil para evitar uma eventual prisão a ser decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro classificou tal possibilidade como uma “medida ruim” para a Corte.

“Eu entendo que é melhor ficar aqui. Agora, será, no meu entender, uma medida muito ruim para o próprio Supremo Tribunal Federal. Nós não queremos desgastes das instituições, queremos a verdade”, afirmou o ex-presidente.

A declaração ocorre dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-mandatário reafirmou sua inocência e negou que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 tenham sido uma tentativa de golpe.

“Não tem a mínima prova contra a minha pessoa. Eu não estava aqui no dia 8 de janeiro. Se bem que no dia 8 de janeiro não houve tentativa de golpe de Estado, como disse o próprio ministro da Defesa, José Múcio. Por que eu teria de sair do país?”, questionou Bolsonaro.

“O sistema me quer morto, não preso”

Durante um evento do Partido Liberal (PL) na quinta-feira (20), Bolsonaro minimizou a possibilidade de ser preso e fez uma declaração polêmica. “O tempo todo isso de vamos prender Bolsonaro. Eu caguei para prisão”, disse. No dia seguinte, admitiu ter exagerado no tom, mas voltou a questionar o motivo pelo qual poderia ser detido.

“É um arbítrio sem tamanho o que está sendo feito com os presos, comigo. Eu sou a cereja do bolo. Eles podem até me prender um dia, mas por qual motivo? Ontem, eu falei demais. Até falei um palavrão, mas falei, desabafei. Qual o crime que eu cometi?”, afirmou.

Bolsonaro também disse acreditar que há um complô para eliminá-lo: “O sistema, o Estado profundo, me quer morto, não me quer preso”.

Denúncia da PGR e julgamento no STF

Bolsonaro classificou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, como “fantasiosa” e defendeu que seu caso deveria ser analisado pelo plenário do STF, e não pela Primeira Turma da Corte.

“Eu deveria estar na primeira instância. O foro adequado é a primeira instância. Eu, sendo julgado, tem que ser o plenário. O pessoal do 8 de janeiro está sendo julgado pelo plenário. Que meu julgamento não seja por intermédio de gravação de vídeo. Tem que ter o debate ali. Isso se chama devido processo legal”, argumentou.

A denúncia contra Bolsonaro foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Com a apresentação do documento, Moraes estabeleceu o prazo de 15 dias para a defesa do ex-presidente se manifestar. Após essa etapa, a PGR terá cinco dias para responder aos questionamentos.

Quando o caso estiver pronto para julgamento, o ministro liberará a denúncia para análise da Primeira Turma do STF, que decidirá se os 34 denunciados se tornarão réus ou não. Ainda não há previsão para essa decisão.

IA – Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

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