Ajuda em Gaza é “uma gota no oceano de necessidades”, diz OMS
Para o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, a crescente crise humanitária em Gaza ainda não está sendo atendida com ajuda suficiente.
Ao discursar na Cúpula Mundial de Governos em Dubai, nesta segunda-feira, Tedros Ghebreyesus afirmou que as 447 toneladas de suprimentos médicos entregues a Gaza até agora são “uma gota no oceano da necessidade, que continua crescendo a cada dia”.
Resgate de reféns
Segundo agências de notícias, dois reféns foram resgatados durante um ataque das forças especiais israelenses na cidade de Rafah, nesta segunda feira.
A missão de resgate no segundo andar de um prédio da cidade, que fica na fronteira com o Egito, foi acompanhada de bombardeios intensos e contínuos por parte dos militares israelenses, segundo relatos.
Cerca de 1,5 milhões de pessoas estão agora abrigadas em Rafah. O local teve um aumento populacional de seis vezes com o desenrolar da guerra.
“Circunstâncias impossíveis”
O diretor-geral da OMS reforçou as preocupações sobre os recentes ataques a Rafah, “para onde a maioria da população de Gaza fugiu da destruição no norte”.
Apenas 15 dos 36 hospitais de Gaza ainda estão “parcialmente ou minimamente funcionais”, disse Tedros. Segundo ele, “os profissionais de saúde estão fazendo o seu melhor em circunstâncias impossíveis”.
A agência continua apelando por acesso seguro para o pessoal e suprimentos humanitários, pela libertação dos reféns detidos pelo Hamas e por um cessar-fogo.
Alimentos retidos
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, informou que durante o fim de semana um carregamento de alimentos para 1,1 milhão de pessoas permaneceu “preso em um porto israelense” devido às recentes restrições impostas pelas autoridades de Israel.
A Unrwa informou que “cerca de 1.049 containers de arroz, farinha, grão de bico, açúcar e óleo de cozinha estão retidos enquanto famílias em Gaza enfrentam fome e inanição”.
Juntamente com o “aumento” dos ataques aéreos em Rafah, a agência da ONU informou que intensos combates continuaram dentro e ao redor de Khan Younis, mais ao norte, o que fez com que milhares de palestinos se deslocassem em direção a Rafah.
Bloqueios em Kerem Shalom e Ashdod
O diretor de Assuntos da Unrwa em Gaza, Tom White, disse que a agência “não será capaz de conduzir operações de forma eficaz ou segura a partir de uma cidade sob ataque do exército israelense”.
Destacando a necessidade urgente de mais entregas de ajuda humanitária no enclave, a agência da ONU observou que a passagem de Kerem Shalom, na fronteira com Israel, permaneceu fechada desde quarta-feira, 7 de fevereiro, porque manifestantes continuaram a bloqueá-la.
Em seu mais recente relatório situacional, a Unrwa destacou ainda que “os suprimentos essenciais para enfrentar a insegurança alimentar continuam bloqueados devido à falta de aprovações das autoridades israelenses para transportar farinha do porto israelense de Ashdod para a Faixa de Gaza”.
Fonte: ONU News- Imagem: UNRWA