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Voto por engano da oposição salva reforma trabalhista do governo da Espanha

Um voto por engano de um deputado do Partido Popular (PP), o principal da oposição, foi decisivo para aprovar no Congresso da Espanha a reforma trabalhista promovida pelo governo e que é considerada imprescindível para o país receber os milionários fundos de recuperação da União Europeia.

A reforma, comandada por Yolanda Díaz, uma ministra do Trabalho com forte vínculo comunista, foi aprovada por um placar de 175 votos a favor e 174 contra, expondo a dificuldade do governo em promover projetos no Congresso.

Após longas e complexas negociações, o governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez não conseguiu conquistar o apoio de dois de seus aliados habituais entre os partidos, o Nacionalista Basco (PVN) e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), o que o forçou a recorrer a pequenas legendas regionais, muitas delas de espectro político diferente do progressista.

Votação acirrada

A reforma trabalhista ficou perto de não vingar após dois deputados de um partido regionalista conservador que havia concordado em apoiar a nova lei não respeitarem a orientação da legenda e optarem pelo “não”. Eles são representantes da União do Povo Navarro (UPN), um tradicional aliado do PP.

Porém, a aprovação veio graças a um deputado do próprio PP que preferiu votar de casa e registrou a escolha de forma equivocada – marcou a favor do projeto. Ao se dar conta do problema, ele foi ao Congresso e alegou “erro de computador”, pedindo a revisão do voto.

Quando a presidente da Casa, Meritxell Batet, comunicou o resultado com um cômputo equivocado e anunciou o “não” como vencedor, houve uma grande comemoração entre os parlamentares conservadores, que aplaudiram os dois membros da UPN – gesto que hoje é interpretado como o PP sabendo antecipadamente a decisão de ambos.

Mas, menos de um minuto depois, Batet retificou a decisão e aprovou a reforma. Com isso, a alegria passou para a ala de esquerda, em meio a protestos da oposição, que pediam a correção do voto alegadamente dado por engano.

Batet negou o pedido, o que levou o PP a anunciar nesta sexta-feira que vai recorrer à Justiça contra o resultado.

Também hoje, o principal partido governista, o PSOE, de Pedro Sánchez, classificou os deputados da UPN que votaram pelo “não” à reforma como “desertores” e acusou o PP de “comprar vontades”.

Fonte: EFF

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