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Unicef quer angariar US$ 22 milhões para apoiar crianças na RD Congo

Auxílio será canalizado a áreas como saúde, proteção e prevenção de doenças infecciosas

Pelo menos 282 mil crianças foram desalojadas com a piora da situação humanitária no leste da República Democrática do Congo, RD Congo, em meio à recente escalada do conflito e de deslocados.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, confirma que elas integram o total de 658 mil pessoas que deixaram seus lares nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul no último trimestre.

Situação cada vez mais volátil

A resposta orçada em US$ 22 milhões pretende seguir com a distribuição de água limpa e artigos de saneamento, medicamentos e suprimentos médicos. O valor deve ser aplicado para tratar menores desnutridos e melhorar serviços de proteção.

A agência destaca preocupação com a situação cada vez mais volátil, com famílias deixando acampamentos devido aos combates em direção a Goma, a capital provincial de Kivu do Norte. Elas seguem rumo ao centro da cidade partindo dos arredores, do norte e do oeste.

O representante interino do Unicef na RD Congo, Jean Francois Basse, contou que algumas pessoas tiveram que procurar um novo lugar por cinco vezes.

Para o representante, a situação em Goma é extremamente grave e agrava ainda mais uma realidade que já passou de terrível. Ele descreveu pessoas expostas a eventos traumáticos sofrendo com fome, sede ou cansadas.

Disseminação de doenças como cólera

As famílias se abrigam no centro urbano tentando evitar a violência, mas vivem sem eletricidade, água e internet.

Os riscos para as crianças incluem ameaças à saúde e à proteção. Elas estão sujeitas a condições de aglomeração e insalubres que facilitam a disseminação de doenças como cólera, sarampo e a varíola M, também conhecida como mpox.

O Unicef diz ser pouco provável que os pais levem crianças doentes aos hospitais por medo de serem vítimas de fogo cruzado e saberem que não há leitos disponíveis nos centros hospitalares.

A agência das Nações Unidas obteve relatos de um aumento de crianças separadas ou desacompanhadas de seus pais, exposto ao perigo de sequestro, recrutamento por grupos armados e violência sexual.

Basse destacou que, em última análise, é necessário que as partes em conflito ponham fim à escalada militar, que está acentuando o sofrimento das crianças e agravando as já terríveis condições humanitárias.

Fonte: ONU News – Imagem: MONUSCO/Aubin Mukoni

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