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Soja e milho impulsionam aumento da produção de grãos do Piauí

O Piauí deve ter uma nova marca histórica na produção de grãos em 2021, alcançando 5,4 milhões de toneladas. O número representa um aumento de 10,4% com relação ao total obtido em 2020, que foi de 4,9 milhões de toneladas. A soja e o milho são os principais responsáveis pelo crescimento esperado. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e referem-se às expectativas no mês de abril de 2021.

A soja e o milho representam 95% da produção total de grãos do Piauí. Assim, o crescimento de 12,2% na produção de soja e de 10,4% na produção de milho devem ser os maiores impulsionadores do aumento no volume total de grãos. A soja deve chegar ao volume de 2,7 milhões de toneladas em 2021, superando as 2,4 milhões de toneladas do ano anterior. E o milho deve alcançar 2,4 milhões de toneladas em 2021, acima das 2,1 milhões de toneladas obtidas em 2020.

O crescimento da produção de soja e milho se deve à expansão das áreas de cultivo, conforme explica o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, Pedro Andrade. “Com o acentuado aumento de preços da soja e do milho, os agricultores aumentaram suas áreas, em 8,9% e 10,5%, respectivamente, em relação ao ano de 2020. Esse fator, associado à normalidade climática, proporcionou um incremento na produção de grãos na ordem de 10,4%”, comenta.

Chama atenção na pesquisa a perspectiva de aumento de 244,5% na produção de milho safrinha, que é aquele plantado após a colheita da safra. De acordo com o supervisor, a justificativa para o crescimento expressivo “está na expectativa de condições climáticas favoráveis na região do cerrado, com o aumento de áreas cultivadas e alta produtividade, tendo em vista as tecnologias utilizadas”. Este ano, o volume de milho safrinha deve chegar a 493 mil toneladas, bem acima das 193 mil toneladas que foram produzidas em 2020.

Também devem contribuir para a nova marca histórica a fava, o feijão e o arroz, cujas expectativas de crescimento são de 12,2%, 12% e 3,1%, respectivamente. Já o sorgo tem previsão de queda de 45,4% na produção e o algodão herbáceo deve reduzir em 33% o volume produzido. Por representarem, juntos, menos de 1% do total da produção de grãos do Piauí, a redução do sorgo e do algodão herbáceo tem impactos mínimos no total produzido pelo estado.

O Brasil também deve ter produção recorde em 2021, impulsionado pelo arroz, milho e soja, que representam 92,9% da produção de grãos do país. O volume deve chegar a 264,5 milhões de toneladas este ano, cerca de 4,1% acima das 254,1 milhões de toneladas obtidas em 2020. O Piauí figura como o 11º maior produtor de grãos do Brasil e 3º maior do Nordeste, atrás apenas da Bahia e do Maranhão. Cerca de 2% da produção nacional de grãos é proveniente do Piauí.

Entre os estados que compõem a fronteira agrícola MATOPIBA, o Piauí deve ter o maior crescimento na produção de soja em 2021, com a expectativa de aumento de 12,2%. Atrás vêm Bahia e Maranhão, que devem crescer 8,4% e 3,7%, respectivamente. Apenas o Tocantins tem previsão de redução no volume de soja, da ordem de -6,3%.

As informações do LSPA são obtidas por meio de reuniões, que ocorrem periodicamente em todos os 224 municípios piauienses. Os dados coletados são homologados por entidades das áreas pública e privada – instituições financeiras, órgãos de pesquisas, extensão rural, secretarias de agricultura, sindicatos de trabalhadores rurais, cooperativas, associações, produtores. Todas as informações são fundamentadas com subsídios, como pesquisas de campo realizadas com consulta aos maiores produtores.

Produção de castanha de caju do Piauí deve crescer 8,7% em 2021

Em 2021, cerca de 25,1 mil toneladas de castanha de caju devem ser produzidas no Piauí. O volume é 8,7% superior ao obtido em 2020, quando a produção total da oleaginosa foi de 23,1 mil toneladas. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidas por meio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do mês de abril de 2021.

Segundo o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, Pedro Andrade, a previsão de aumento deve-se “à normalidade climática, às novas áreas que entraram em idade produtiva e aos adequados tratos culturais”. Ele ainda salienta que “no contexto nacional, o estado do Piauí figura como o segundo maior produtor de castanha de caju, posição que vem se mantendo há muitas safras”.

A expectativa é que haja crescimentos de 2,2% na área plantada e de cerca de 2% na área a colher. Em 2021, a área plantada de caju alcançará 76 mil hectares, número maior que os 74 mil hectares registrados em 2020. A área a colher deve chegar a 72 mil hectares, superando os 71 mil hectares do ano anterior.

Além disso, o rendimento de quilogramas por hectare deve ser 6,6% superior ao de 2020. De acordo com o levantamento, em 2020, a produção de castanha de caju rendeu 326 quilogramas por hectare. Em 2021, o número deve chegar a 347 quilogramas por hectare.

Na safra de 2021, o Piauí deverá ser o segundo maior produtor de castanha de caju, gerando 21,9% do volume nacional. O Ceará deve se manter como maior produtor da oleaginosa, responsável por 52,5% da produção total do país. O volume nacional deve chegar a 114,9 mil toneladas, sendo que a expectativa é que o Ceará produza 60,3 mil toneladas, mais que o dobro das 25,1 mil toneladas que devem ser geradas no Piauí.

Produção no Brasil

A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve atingir o recorde de 264,5 milhões de toneladas em 2021, de acordo com a estimativa de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (12) pelo IBGE. Com isso, a produção deve superar em 4,1% a de 2020, que somou 254,1 milhões de toneladas.

Apesar do recorde, a estimativa de abril para a safra de 2021 é 0,2% menor do que a que foi feita em março. Isso representa 409,9 mil toneladas a menos. “É a primeira vez que temos queda na estimativa mensal neste ano. Isso ocorreu porque há três safras no Brasil e houve atraso no plantio da primeira safra, conhecida como safra verão ou ‘das águas’. Isso atrasou a colheita da soja e, consequentemente, o plantio da segunda safra”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

De acordo com o pesquisador, na segunda safra ou a “safra das secas”, as chuvas são mais restritas. “Essa safra, consequentemente, foi plantada tardiamente. Há uma condição de insegurança climática maior e está faltando chuva. Então o que está caindo é a produção da segunda safra”.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos do grupo de grãos, cereais e leguminosas e, somados, representam 92,9% da produção. Outro recorde é esperado na safra da soja, que deve chegar a 131,9 milhões de toneladas. É uma alta de 8,6%, ou 10,4 milhões de toneladas, na comparação com o ano anterior. “Quase toda a produção da soja foi colhida na safra verão. Até faltou um pouco de chuva, mas a partir de dezembro as chuvas voltaram e houve uma boa produtividade”, diz Barradas.

Enquanto se espera uma produção maior da soja, o milho sofre declínios. A estimativa da produção desse grão caiu 0,5% em relação à feita no mês anterior e deve chegar a 102,5 milhões de toneladas. Apesar dos aumentos de 5,6% na área plantada e de 5,9% na área a ser colhida, a safra deve ser 0,7% menor do que no ano anterior.

“Como a colheita da soja atrasou, consequentemente, o plantio da segunda safra do milho também atrasou. É ela que está no campo agora e, como está faltando chuva, as estimativas estão caindo. Só no Paraná, em relação ao mês anterior, houve uma queda na estimativa de produção da segunda safra do milho de 8,6%, o que representa 1,2 milhão de toneladas”, afirma o pesquisador.

Por outro lado, a estimativa da batata-inglesa aumentou 5,7% em relação a março. Considerando as três safras, a produção deve chegar a 3,9 milhões de toneladas. “Há um aumento de 15,1% na primeira safra em relação ao ano anterior. É uma cultura que varia muito com o preço. Se o preço aumenta, os produtores plantam mais. Foi o que aconteceu na primeira safra, que teve uma boa produção”, diz Barradas.

Já o café deve ter sua produção reduzida em 24,3% frente ao ano passado, chegando a 2,8 milhões de toneladas. “No Brasil, há dois tipos de café. Um é o arábica, que representa 75% da safra, e o outro é o canephora ou conillon, que representa 25%. E há no cafeeiro do tipo arábico a bienalidade, ou seja, quando em um ano a produção é muito boa, no ano seguinte ela é menor, devido à exaustão das plantas. No ano passado, tivemos um recorde de produção de café arábica, então esse declínio é esperado, porque é próprio da fisiologia da planta”, explica.

A cana-de-açúcar teve sua produção estimada em 654,7 milhões de toneladas, uma redução de 2,1% em relação à estimativa de março. Já em comparação à produção de 2020, a queda é de 3,4%. Isso representa 23,2 milhões toneladas a menos.

Produção do Centro-Oeste deve cair 0,7% em 2021

Regionalmente, o Sul (11,7%), Sudeste (6,0%), Norte (1,3%) e Nordeste (4,1%) tiveram acréscimos em suas estimativas. A produção do Sul deve chegar a 81,6 milhões de toneladas, o que equivale a 30,9% do total do país e a do Sudeste, 27,3 milhões de toneladas (10,3% do total). O Nordeste deve produzir 23,5 milhões (8,9% do total) e o Norte, 11,1 milhões (4,2% do total). Já o Centro-Oeste deve produzir 120,9 milhões de toneladas em 2021 (45,7%), com a queda de 0,7% em sua estimativa.

Entre as unidades da Federação, o Mato Grosso lidera, com uma participação de 27,2% na produção total do país, seguido pelo Paraná (15,3%), Rio Grande do Sul (13,4%), Goiás (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (6,4%), que, somados, representaram 80,4% do total nacional.

Em relação ao mês anterior, as produções de São Paulo (623,6 mil toneladas), Goiás (237,9 mil toneladas), Ceará (116,4 mil toneladas), Bahia (51,2 mil toneladas), Pernambuco (17,4 mil toneladas), Acre (8,8 mil toneladas), Minas Gerais (5,5 mil toneladas), Alagoas (3,1 mil toneladas), Espírito Santo (621 toneladas) e Rio de Janeiro (11 toneladas) tiveram alta na estimativa. Enquanto Paraná (-1,4 milhão de toneladas), Piauí (-13,2 mil toneladas), Amapá (-13,1 mil toneladas), Maranhão (-1,6 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (- 1,6 mil toneladas) tiveram queda.

Mais sobre o LSPA

Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro. Acesse os dados no Sidra.

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