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Rússia condena jornalista à prisão por texto sobre Ucrânia

Deutsche Welle – Um tribunal da Rússia condenou à revelia nesta quarta-feira (01/02) o jornalista e ex-deputado Alexander Nevzorov a oito anos de prisão. O russo de 64 anos foi considerado culpado de disseminar “notícias falsas” sobre a invasão da Ucrânia.

O jornalista, que fugiu da Rússia, foi acusado de manipular a cobertura sobre o cerco à cidade ucraniana de Mariupol, após relatar que as tropas de Moscou bombardearam propositalmente uma maternidade no local.

As autoridades iniciaram imediatamente uma investigação baseada em uma lei recente que, segundo o governo russo, serve para combater “notícias falsas”. Na prática, aumenta as barreiras para a divulgação de informações em veículos de imprensa e nas redes sociais, principalmente sobre o conflito na Ucrânia.

De acordo com os investigadores, Nevzorov publicou intencionalmente “informações enganosas” com “fotografias imprecisas de civis afetados pelo bombardeio”.

Quem é Alexander Nevzorov?

Alexander Nevzorov é um ex-político e comentarista político que apoiou a eleição do presidente Vladimir Putin em 2012, mas rompeu com o líder após a anexação da Crimeia, em 2014. Posteriormente, ele voltou a se dedicar ao jornalismo e tem quase 2 milhões de assinantes em seu canal do YouTube.

Nevzorov é um dos muitos políticos e figuras públicas que enfrentaram pena de prisão mediante a nova lei, incluindo o proeminente político da oposição Ilya Yashin, que foi condenado em dezembro do ano passado e atualmente cumpre pena de oito anos e meio de prisão.

Ao se pronunciar sobre o veredito e sobre os promotores terem solicitado nove anos de prisão, Nevzorov disse: “Não acho que a Rússia existirá daqui a nove anos.”

O jornalista, que não participou das audiências, acrescentou que ele e sua esposa não têm planos de retornar à Rússia de Putin, “uma ditadura baseada em sujeira, sangue e denúncias”.

Em março de 2022, a esposa de Nevzorov publicou numa rede social que ela e o marido estavam em Israel.

DW – fa (AP, AFP, Reuters)

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