Reino Unido confirma envio de tanques de guerra à Ucrânia
Deutsche Welle – O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, garantiu neste sábado (14/01) ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que o Reino Unido fornecerá à Ucrânia tanques Challenger 2 e novos sistemas de artilharia.
“O primeiro-ministro sublinhou a ambição britânica de aumentar o nosso apoio à Ucrânia, incluindo o fornecimento de tanques Challenger 2 e sistemas de artilharia adicionais”, declarou um porta-voz de Downing Street após de uma conversa telefônica entre os dois líderes.
Dessa forma, o Reino Unido se torna o primeiro país a fornecer à Ucrânia tanques de combate de fabricação ocidental. Desde o início da invasão russa, aliados europeus entregaram a Kiev mais de 300 tanques de fabricação soviética modernizados.
De acordo com relatos da mídia britânica, quatro tanques devem ser entregues imediatamente, com mais oito a serem enviados em breve.
Na conversa, Sunak e Zelensky concordaram sobre a “necessidade de aproveitar este momento com uma aceleração do apoio militar e diplomático global à Ucrânia”, graças às “sucessivas vitórias ucranianas que fizeram as tropas russas retroceder”.
Ambos enfatizaram outros compromissos internacionais semelhantes, como “a oferta da Polônia de fornecer uma companhia de tanques Leopard”.
“O primeiro-ministro enfatizou que ele e todo o governo britânico trabalharão intensamente com parceiros internacionais para prestar rapidamente o tipo de assistência que permitirá à Ucrânia tirar proveito, ganhar a guerra e assegurar uma paz segura e duradoura”, acrescentou o porta-voz.
Pressão aumenta sobre Alemanha
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o Reino Unido tem estado na vanguarda dos países europeus como o principal fornecedor de ajuda financeira e militar ao governo de Zelenski.
A decisão britânica aumenta a pressão sobre o governo alemão para também enviar tanques pesados de batalha à Ucrânia.
Na quarta-feira, a Polônia anunciou sua disposição de fornecer à Ucrânia 14 tanques de batalha Leopard 2 como parte de uma coalizão internacional. No entanto, isso exigiria a aprovação da Alemanha, o país onde o equipamento é fabricado.
Na semana passada, França, Alemanha e Estados Unidos concordaram em enviar 40 veículos de combate de infantaria alemães Marder, 50 veículos de combate de infantaria Bradley e tanques de batalha leves franceses AMX-10 RC.
Outras entregas podem ser acertadas na próxima sexta-feira na próxima reunião dos aliados da Ucrânia na base americana de Ramstein, na Alemanha.
Mísseis atingem Kiev e outras cidades
Ataques de foguetes russos em várias partes da Ucrânia foram novamente relatados na Ucrânia neste sábado. Jornalistas da agência de notícias AFP relataram explosões na capital ucraniana, Kiev, na manhã deste sábado.
Em Kharkiv, no nordeste ucraniano, “o inimigo lançou outro ataque com mísseis contra infraestrutura vital”, disse o governador da região, Oleg Synegubov. Pode haver interrupções de energia na área.
Ataques também foram relatados na região sul de Zaporíjia e em Cherkasy, no centro do país.
“Soledar segue sob controle ucraniano”
Também neste sábado, a Ucrânia contradisse novamente o relato da Rússia de que a pequena cidade de Soledar, no leste ucraniano, foi capturada por tropas russas. “Soledar é controlada pelas autoridades ucranianas, nossos militares a controlam”, disse o governador regional Pavlo Kyrylenko na televisão estatal, afirmando que ainda há lutas “dentro e fora da cidade”.
Soledar e a cidade vizinha de Bakhmut são os pontos “mais quentes” na linha de frente. Na sexta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a “libertação” de Soledar. Dois dias antes, a força mercenária russa Wagner havia declarado que havia capturado Soledar.
As informações fornecidas pelas partes em conflito não podem ser verificadas independentemente.
A Turquia propôs “cessar-fogo local” na Ucrânia no sábado, já que um acordo de paz mais abrangente não é realista, segundo Ibrahim Kalin, assessor próximo do presidente Recep Tayyip Erdogan. A Turquia atuou como mediadora entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, no acordo sobre exportação de grãos de portos ucranianos no Mar Negro.
DW – md (EFE, AFP)/Foto: Ben Birchall/PA/picture alliance