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Reforma ministerial: Mudanças no Governo ganham força com aproximação do Centrão

As movimentações indicam que as mudanças podem ser mais profundas do que o esperado

O Carnaval trouxe novos desdobramentos para a aguardada reforma ministerial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos bastidores de Brasília, as movimentações indicam que as mudanças podem ser mais profundas do que o esperado, impactando ministérios estratégicos como o das Mulheres, da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do Desenvolvimento Agrário.

Com a nomeação já confirmada de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde, outras pastas estão na mira para reajustes na Esplanada dos Ministérios. A expectativa entre aliados é que Lula busque uma maior aproximação com o Centrão para garantir governabilidade, especialmente diante da queda de popularidade em seu terceiro mandato.

Mudanças no Ministério das Mulheres

O Ministério das Mulheres, atualmente chefiado por Cida Gonçalves, é um dos que devem passar por alterações. A ministra enfrentou uma série de denúncias de servidores sobre assédio moral, racismo e discriminação dentro da pasta. Apesar do arquivamento da investigação pela Comissão de Ética da Presidência, o desgaste político coloca Cida entre os nomes possíveis para substituição.

Dentre os nomes cotados para assumir o ministério, destacam-se a senadora Teresa Leitão (PT-PE) e a atual ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Caso a troca se concretize, abriria espaço para a entrada de um partido do Centrão no MCTI, ministério com um orçamento robusto de R$ 16,6 bilhões para 2025.

Ciência e Tecnologia e o interesse do PSD

O PSD tem grande interesse em assumir a Ciência e Tecnologia, pasta atualmente sob comando do PCdoB. O partido já controla três ministérios, incluindo o da Pesca, mas deseja uma pasta de maior projeção. Outro nome ventilado para a posição é o da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), opção que fortaleceria o PSB e também aproximaria Lula do prefeito do Recife, João Campos, aliado estratégico do governo.

Desenvolvimento Agrário e pressão do MST

A permanência de Paulo Teixeira no Desenvolvimento Agrário também está sob dúvida. O ministro é criticado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) devido à falta de avanços na reforma agrária. A ausência de assentamento de novas famílias desde o início do governo é um dos principais pontos de insatisfação do movimento.

Entre os possíveis substitutos para Teixeira estão o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. Lula tem demonstrado insatisfação com a condução da pasta e já iniciou conversas para definir um novo caminho para a política agrária.

Nesta quarta-feira, o presidente se reuniu com Teixeira na Granja do Torto para alinhar detalhes de um evento em Minas Gerais. No encontro, Lula anunciará a entrega de 12 mil lotes de terras para assentamentos e novas políticas de crédito e renegociação de dívidas para produtores rurais.

Boulos no Governo e o futuro da reforma

Outro ponto de atenção é a possível entrada de Guilherme Boulos (PSOL-SP) no governo. O deputado federal é cotado para assumir a Secretaria-Geral de Governo, atualmente ocupada por Márcio Macêdo. Se confirmada, sua nomeação indicaria um fortalecimento da esquerda na administração, em contraponto às pressões pela inclusão do Centrão.

As próximas semanas serão decisivas para definir o rumo da reforma ministerial e o equilíbrio político do governo. Resta saber se Lula optará por ampliar sua base com partidos de centro ou reforçar a presença da esquerda em sua gestão.

IA – Imagem: 

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