
O cineasta brasileiro Walter Salles conquistou, na noite do último domingo (2), a estatueta de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025 com “Ainda Estou Aqui”. O longa retrata a história da família Paiva durante a ditadura militar brasileira, com foco na busca incansável de Eunice Paiva (Fernanda Torres) pelo paradeiro do marido, Rubens Paiva, desaparecido pelo regime.
A premiação foi celebrada por diversos setores da sociedade, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que parabenizou Salles e destacou a importância do filme para a memória histórica do Brasil. Lula afirmou que a vitória “lavou a alma do povo brasileiro e do cinema nacional”, e convidou Walter Salles e Fernanda Torres para um encontro comemorativo em Brasília.
Entretanto, a premiação também gerou polêmica. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais para criticar duramente Walter Salles, acusando o diretor de retratar uma “ditadura inexistente” e de ser um “psicopata cínico” por fazer críticas ao governo dos Estados Unidos. Eduardo Bolsonaro argumentou que, se o cineasta denunciasse o “regime instaurado pelo Alexandre de Moraes”, estaria preso.
A crítica do parlamentar surgiu a partir de uma entrevista concedida por Salles após a premiação. O cineasta afirmou que o filme tem sido abraçado pelo público norte-americano por ressoar com o atual momento político dos EUA e destacou o crescimento da fragilidade democrática em diversas partes do mundo.
A obra, uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, também concorreu nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. O longa se tornou histórico ao garantir a primeira estatueta do Brasil no Oscar.
A repercussão em torno de “Ainda Estou Aqui” evidencia a divisão de opiniões sobre a representação da ditadura militar e o debate sobre autoritarismo e democracia, tanto no Brasil quanto no exterior.
Redação – Com informações CNN – Imagem: Zeca Ribeiro