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Projeto no semiárido do Piauí reduz em 25% a pobreza das famílias beneficiadas

Enquanto o Brasil retorna ao mapa da fome elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), um projeto desenvolvido no Piauí contribuiu para reduzir em 25% a pobreza de pequenos agricultores beneficiados, de acordo com pesquisa realizada pela Universidade Federal de Viçosa (MG). Trata-se do Projeto Viva o Semiárido implantado em 2015 pelo Governo do Estado, beneficiando cerca de 36 mil famílias.

Para apresentar os principais resultados dessa iniciativa e marcar o encerramento das atividades, será realizado o “Seminário Viva o Semiárido – Colhendo frutos”. O evento ocorre, nesta quinta-feira (1º), no Gran Hotel Arrey, das 8h às 18h. O evento também será transmitido pela TV Nestante, no Youtube.

O Projeto Viva o Semiárido tem como objetivo contribuir com a redução da pobreza extrema, por meio de ações que melhorem a renda das famílias, a produtividade agropecuária, as oportunidades de emprego e o fortalecimento das instituições no meio rural.

No Piauí foram realizadas ações em diversas áreas, por meio de 210 projetos produtivos, com atenção especial para famílias em situação de vulnerabilidade e marginalizadas, bem como aquelas localizadas em comunidades quilombolas ou chefiadas por mulheres e por jovens.

A investigação, feita por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), verificou que houve um aumento de 10% na quantidade de mercadorias produzidas e vendidas pelos pequenos produtores rurais, com destaque para o mel, a mandioca e, principalmente, o caju, tanto castanha quanto pedúnculo. Assim, 55% das famílias beneficiadas tiveram um aumento de pelo menos 20% na renda total. Na avaliação dos resultados foram analisados 409 domicílios, sendo 207 beneficiários e 202 não beneficiários.

Com a melhoria da produção, os pesquisadores verificaram também que houve um crescimento do consumo dos alimentos produzidos pelas próprias famílias, o que garantiu maior segurança alimentar. Outras iniciativas do projeto permitiram resultados positivos para os pequenos produtores, como construção de cisternas, técnicas de reaproveitamento de águas, incentivo ao associativismo e uso da energia solar.

A pesquisa destacou que mais famílias passaram a comprar bens domésticos e adotaram práticas inovadoras levadas pelo Projeto Viva o Semiárido. “Outro resultado da pesquisa que chamou a atenção foi o aumento do empoderamento de mulheres e jovens. Ao mesmo tempo, o projeto também facilitou o acesso das famílias às políticas públicas. Houve ação efetiva do projeto nos fatores que promovem desenvolvimento: adoção de inovações, fortalecimento das instituições e investimentos em capital humano e social”, explica o pesquisador Marcelo José Braga.

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que financia a iniciativa, tem investido em ações de desenvolvimento rural na região Nordeste do Brasil, em parceria com os governos federal e estaduais desde a década de 1980. No total, o órgão já aplicou cerca de 300 milhões de dólares em projetos, beneficiando mais de 615 mil famílias.

Projeto Viva o Semiárido

O Projeto Viva o Semiárido (PVSA) atua em 89 municípios de cinco territórios do Piauí: Vale do Sambito (15 municípios), Vale do Rio Guaribas (39), Vale do Rio Canindé (17), Serra da Capivara (18) e Chapada Vale do Rio Itaim (16), visando contribuir para reduzir a pobreza e a extrema pobreza da população rural da região semiárida do Piauí.

A secretária da Agricultura Familiar, Patricia Vasconcelos, destacou que o PVSA está em fase de encerramento, mas deixa muitos frutos a serem colhidos. “Fortalecemos muitas cadeias produtivas a exemplo do caju, do mel, da ovinocaprinocultura. É um avanço muito grande, que trouxe muitos benefícios para a população que, com certeza, seguirá colhendo os frutos do projeto, porque aprenderam a desenvolver de forma sustentável”, enfatizou.

Já a governadora Regina Sousa disse que o PVSA mudou a vida de mais de 36 mil famílias. “São pessoas que hoje estão capacitadas e produzindo. Que deixaram de esperar esmolas e as cestas básicas que acabam em uma semana. Eles agora produzem o próprio alimento e vendem também, ajudando a levar uma alimentação saudável à mesa dos piauienses. Acredito que a agricultura familiar é a saída”, disse.

Fonte: CCom

Imagem: Reprodução

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