Presidente da Coreia do Sul suspende lei marcial após pressão do Parlamento
Yoon justificou a medida como uma tentativa de proteger a democracia sul-coreana
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou a suspensão da lei marcial decretada na noite de terça-feira (3), após forte pressão do Parlamento e reações internacionais. Em discurso televisionado na madrugada desta quarta-feira (4), Yoon justificou a medida como uma tentativa de proteger a democracia sul-coreana contra “forças antiestatais”.
Horas antes, o Parlamento, dominado pela oposição, votou para invalidar o decreto, acusando Yoon de tentar um golpe de Estado. A lei marcial previa censura à mídia, proibição de protestos e suspensão de atividades políticas. O presidente aceitou a decisão e afirmou que as tropas mobilizadas seriam desmobilizadas imediatamente.
A decisão ocorreu em um contexto de tensões políticas intensas entre o governo e a oposição, agravadas por debates sobre o orçamento e uma série de pedidos de impeachment contra autoridades de alto escalão. Yoon acusou o Parlamento de ser “um refúgio para criminosos” e defendeu sua decisão como uma resposta às ameaças da Coreia do Norte e de forças contrárias ao Estado.
A declaração provocou reações internacionais. Os Estados Unidos afirmaram não ter sido avisados da decisão, enquanto a Rússia classificou a medida como “preocupante”.
Yoon Suk Yeol, eleito em 2022, enfrenta uma aprovação em queda e acusações de má gestão econômica e de abuso de poder. Apesar de sua postura rígida contra Pyongyang e os esforços para fortalecer laços com os EUA, sua popularidade permanece em baixa, alimentada por escândalos envolvendo sua família e polêmicas políticas.
Da redação – Imagem: X