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Políticos reagem a ataques contra Erundina: ‘Basta de truculência e barbárie no Congresso’

A assessoria da deputada Luiza Erundina (PSOL/SP) informou neste sábado (8) que a parlamentar recebeu alta no começo da tarde no Hospital Sírio Libanês.

Erundina passou mal na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (5) e foi internada no hospital na capital federal.

Ela participava da sessão de análise do projeto que obriga o Estado brasileiro a identificar publicamente os lugares onde ocorriam a repressão política durante a ditadura civil-militar de 1964 a 1985.

A parlamentar fez um discurso de seis minutos em favor da matéria, ao qual é relatora, durante a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O projeto relatado por Erundina sofreu obstrução via requerimento para retirada de pauta apresentado pelo deputado federal Pr. Marco Feliciano (PL/SP).

A deputada está em seu sexto mandato, com atuação marcada pela luta pela verdade sobre a ditadura, pelos direitos humanos e pelo direito à comunicação.

A parlamenar passou mal durante sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Enquanto tentava ler seu parecer contra a retirada de pauta do Projeto de Lei (PL) 1156/2021, que obriga o Estado brasileiro a identificar publicamente os lugares onde ocorriam a repressão política durante a ditadura, a deputada foi alvo de piadas e interrupções de deputados bolsonaristas.

Os ataques contra deputada, decana da Câmara, desencadearam uma onda de solidariedade. Ao mesmo tempo, políticos e personalidades também se manifestaram em repúdio às práticas bolsonaristas. Utilizam-se do ódio político e xingamentos a opositores, com o único objetivo angariar segundos de audiência nas redes sociais.

Nesse sentido, a vice-líder do governo na Câmara, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), reagiu à violência política da extrema-direita. “Não é mais possível que este clima explosivo seja tolerado no parlamento brasileiro. Este comportamento é um ataque frontal à divergência de ideias e à própria democracia. Em nome da civilidade e em solidariedade à nossa querida Erundina, conseguimos pressionar e suspender a sessão no plenário. Basta de truculência e barbárie no Congresso!”, apelou.

Do mesmo modo, pelas redes sociais, o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) também prestou solidariedade à sua colega de partido, após ser desrespeitada por bolsonaristas.

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, também denunciou o ódio e a violência da oposição.

Líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) foi outro que manifestou, citando Erundina como uma inspiração.

Investigação

Já o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) também clamou pelo fim da violência política e disse que vai pedir punição as parlamentares que ridicularizaram Erundina. Além disso, ele ressaltou que o preconceito contra pessoa idosa – etarismo – é um crime tipificado pelo Estatuto do Idoso.

Com efeito, a deputada Erika Hilton (Psol-SP) disse que Erundina passou mal “pela consequência de horas de violência, xingamentos, empurra empurra, desrespeito” que os bolsonaristas causaram durante a sessão da comissão, tendo como alvo diversos parlamentares de esquerda. “Erundina é uma fortaleza e uma inspiração. Torço e mando energias para que se recupere prontamente e volte para seguir nos ensinando, guiando e iluminando em meio às trevas que tomam a Câmara dos Deputados”, escreveu a deputada.

Machismo e transfobia

Também durante audiência com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Nikolas Ferreira (PL-MG) protagonizou mais um caso de transfobia. Ele insistiu para que a ministra definisse “o que é ser mulher”. Ainda mais, indagou “se mulher trans menstrua ou se mulher trans pode engravidar”.

A deputada Camila Jara (PT-MS) reagiu à provocação, oferecendo ao deputado bolsonarista um exemplar do livro E eu não sou uma mulher?: Mulheres negras e feminismo (Ed. Rosa dos Tempos), um clássico da da escritora negra e ativista Bell Hooks. “Ele nem quis pegar. Só queria lacrar mesmo”.

Em setembro do ano passado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) aceitou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e tornou Nikolas réu em caso envolvendo a publicação de um vídeo de uma adolescente trans. No caso, ela utilizava o banheiro feminino de uma escola particular de Belo Horizonte.

Fontes: Agência Brasil / Rede Brasil Atual – Imagem: Mario Agra

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