O Brasil vive a segunda grande crise energética em 20 anos e a energia solar é considerada a melhor solução para evitar um colapso total na matriz energética. Segundo estudo da consultoria Bloomberg New Energy Finance, daqui a 20 anos, cerca de 32% da energia nacional virá do sol, enquanto a hidrelétrica cairá para 30%. Visando contribuir para esta eficiência energética, o Governo do Piauí está implantando, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), oito miniusinas de energia solar fotovoltaica no estado.
O Piauí foi líder na capacidade de produção de energia solar em todo o Brasil. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a potência das usinas de energia fotovoltaica instaladas em território piauiense passou de 1.033,76 MWh em maio deste ano. Isso comprova a potencialidade do Piauí no aproveitamento de recursos naturais, tendo em vista que há ainda muitas usinas prestes a entrarem em operação e outras a serem construídas, entre elas, as oito miniusinas fotovoltaicas da PPP de Energia Limpa contratada pela Superintendência de Parcerias e Concessões (Suparc).
Esses equipamentos vão trabalhar na utilização da luz do sol para produzir eletricidade em alta tensão para distribuição e abastecimento de oito órgãos do Governo do Estado. Por possuir uma fonte de energia renovável, a produção das miniusinas ocorre sem queima de combustíveis fósseis – aqueles responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e agravamento do nível de poluição. Estima-se que, em 25 anos, a utilização da energia solar impedirá que mais de 100 toneladas de CO2 sejam lançadas na atmosfera.
Outro ponto que coloca as usinas de energia solar como melhor opção é a facilidade e rapidez na sua construção, e a necessidade de manutenção é mínima em comparação com outros tipos, como as hidrelétricas. Um dos pontos inovadores das miniusinas no Piauí é que elas utilizarão a tecnologia de tracker. Esse equipamento corrige o ângulo dos painéis diversas vezes durante o dia para acompanhar o movimento do sol, fazendo com que a produção de energia seja maximizada. Com isso, a produção de energia é cerca de 30% maior.
Altos, Campo Maior e Coivaras são algumas das cidades que vão sediar as instalações. A PPP de Energia Limpa vai gerar um total de 5,2 milhões quilowatts por mês. Para efeitos de comparação, o consumo mensal de energia para manter corredores, fontes, banheiros e espaços comuns do maior shopping do Brasil é de cerca de 1 milhão de quilowatts.
Três empresas são responsáveis pela construção, operação, manutenção e gestão das miniusinas: Brenge Par, GM Energia e Energia Sustentável do Piauí. A Brenge Par é uma empresa que já desenvolveu mais de 7GW de empreendimentos de geração no Brasil e trabalha em parceria com investidores como o GNPW Group, que já conquistou cerca de 43% dos projetos vencedores dos Leilões de Energia Nova por disponibilidade realizados nos períodos de 2005 a 2016. Já, a GM conta com quadro técnico especializado com mais de 40 anos de experiência em obras e operação de usinas hidrelétricas, eólicas, térmicas e solares.