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Peritos internacionais deploram castigos “brutais e indignos” no Afeganistão

Especialistas independentes da ONU* disseram estar chocados com o movimento islâmico Talibã no Afeganistão por práticas como: apedrejamento, açoitamento e enterro de pessoas que estão vivas, mas foram condenadas por algum crime.

Nesta quinta-feira, o grupo de 10 relatores independentes instou às autoridades de facto, no país, a designar uma moratória da pena de morte e punição corporal.

Condenação de 175 pessoas a castigos

Os membros do Grupo de Trabalho sobre Discriminação contra Mulheres e Meninas reagiam a um anúncio do Supremo Tribunal nomeado pelo Talibã a favor da aplicação destas punições.

A informação dá conta da condenação de 175 pessoas a castigos de “retribuição em espécie” e 37 apedrejamentos. Outras dezenas de sentenciados mereceram punições por chamados “crimes contra Deus”, como chicotadas.

Em nota, os especialistas destacam que “as mulheres têm maior probabilidade de serem condenadas à morte por apedrejamento, devido à discriminação profundamente arraigada e aos estereótipos” que sofrem.

O enterro vivo é considerado cruel, desumano, degradante, como parte das punições que violam o direito internacional.

Formas de punição “brutais e indignas”

Ainda esta semana, a Missão da ONU no Afeganistão, Unama, revelou que, em seis meses, pelo menos 274 homens, 58 mulheres e duas meninas foram açoitados publicamente com uma execução sancionada judicialmente.

O grupo de peritos deplora os atos de punição que considera “brutais e indignos” no Afeganistão, além da aplicação da pena de morte associada à falta de garantias de julgamento justo.

Para os relatores, trata-se violações ao direito internacional que devem parar imediatamente no país asiático.

*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.

Fonte: ONU News – Foto: © Unicef/Shehzad Noorani

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