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O Partido da Causa Operária (PCO) publicou, nesta sexta-feira (21), um editorial em que critica a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022.
Segundo o PCO, não houve qualquer movimentação concreta que pudesse ser caracterizada como uma tentativa de golpe no período entre 2022 e 2024. “Não houve tanques nas ruas. Não houve a pressão direta de governos estrangeiros. Não houve o aliciamento de grupos armados para desestabilizar o regime. Não houve absolutamente nada que pudesse ser considerado, nem mesmo remotamente, um golpe de Estado”, argumenta a legenda de extrema esquerda.
A denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas foi feita com base em um inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF), que aponta um plano para abolição do Estado Democrático de Direito. No entanto, o PCO classificou as acusações como uma “encenação arbitrária” e criticou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tomar “medidas repressivas absolutamente ilegais e inconstitucionais”.
No editorial publicado no portal Diário da Causa Operária, o partido questiona a legalidade da denúncia e afirma que a atuação da PGR representa um risco às liberdades democráticas. “A denúncia de Gonet traz uma série de elementos que, se incorporados definitivamente ao regime político, tornarão o Brasil uma ditadura ainda mais feroz do que se tornou após o golpe de 2016”, diz o texto.
O PCO também criticou o uso do depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, como uma das bases da acusação. Para o partido, o relato de um delator não seria suficiente para sustentar uma denúncia desse porte. “As 268 páginas de Gonet não conseguiram comprovar que houve tentativa de golpe de Estado algum. Mas conseguiram revelar uma realidade muito preocupante: as instituições democráticas, controladas pelo grande capital, preparam um grande golpe contra os direitos democráticos do povo brasileiro”, conclui o editorial.
A denúncia contra Bolsonaro e outros investigados será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se a tornará uma ação penal.
IA – Fonte: Saulo Cruz/Agência Senado