OMS alerta sobre efeitos “alarmantes” dos cigarros eletrônicos para a saúde
Governos de todo o mundo devem tomar medidas decisivas para conter os cigarros eletrônicos e proibir o uso dos dispositivos para inalar o vapor, segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS.
Em alerta lançado nesta quinta-feira, em Genebra, a agência destaca que estes produtos devem ser tratados tal como os outros semelhantes.
Efeitos alarmantes
O argumento é que a grande indústria do tabaco utiliza estes produtos nocivos para conferir maior legitimidade ao uso, ao mesmo tempo que os vende de forma agressiva para as crianças, adolescentes e jovens.
O diretor de Promoção da Saúde da OMS, Ruediger Krech, disse haver um aumento alarmante no uso de cigarros eletrônicos entre crianças e jovens, com taxas que excedem as do uso por adultos em muitos países.
As empresas do setor alcançam crianças através das redes sociais e de influenciadores destacando os vários sabores oferecidos, que chegam a pelo menos 16 mil. Outra questão enfatizada é a presença de personagens de desenhos animados e de “designs elegantes” nestes produtos.
A agência da ONU sublinha que é necessário tomar medidas urgentes para proteger aos menores de idade, aos não fumadores e à população em geral dos efeitos “alarmantes” dos cigarros eletrônicos para a saúde.
Nicotina
Apesar do papel importante para ajudar as pessoas a deixar de fumar, produtos contendo nicotina são “altamente viciantes”. A sugestão dos especialistas é que estes devem ser rigorosamente regulamentados tal como os medicamentos, em vez de serem liberados para consumo em mercado aberto.
De acordo com as evidências, dispositivos eletrônicos para inalar o vapor não são “eficazes para abandonar o uso do tabaco” ao nível da população quando vendidos como um produto de consumo.
A OMS acrescenta que as grandes empresas do tabaco têm usado versões mais recentes para “conseguir um lugar na mesa de decisão política dos governos ou fazer lobby contra as políticas de saúde.”
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirma que as crianças estão sendo aliciadas e envolvidas desde cedo no uso de cigarros eletrônicos e podem ficar viciadas na nicotina.
Proteção de cidadãos
O chefe da agência pediu aos países que protejam seus cidadãos e promulguem “medidas rigorosas para prevenir a inalação”.
Para os países que já proíbem a venda de cigarros eletrônicos, a recomendação é que reforcem a fiscalização e continuem apoiando os esforços de saúde pública para reduzir o uso do tabaco.
O conselho aos países que permitem comercializar os dispositivos eletrônicos é que possam tributá-los, proíbam as versões com sabor, limitem a concentração e a qualidade da nicotina permitida e tomem medidas para “reduzir seu apelo”.
Fonte: ONU News – Imagem: © Unsplash