Netanyahu banca viagem de Tarcísio, Castro e Caiado a Israel; Bolsonaro pede a Moraes
Em claro gesto de provocação ao presidente Lula, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, bancará a viagem dos governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e Goiás, Ronaldo Caiado (União) ao país.
O governo sionista ainda convidou Cláudio Castro (Republicanos), que também deve integrar a comitiva. O mineiro Romeu Zema (Novo), que sinaliza aproximação ao governo federal, recusou a oferta.
Netanyahu fez o convite aos governadores e a Jair Bolsonaro (PL) para visitar a colônia atacada pelo Hamas em 7 de outubro, que gerou a reação desproporcional, de genocídio palestino na Faixa de Gaza.
O ex-presidente revelou que recebeu o convite de Netanyahu na última sexta-feira (8) durante discurso na Igreja Batista Caminho das Árvores, em Salvador.
“Recebi há pouco uma carta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu – que, por acaso, é capitão do Exército também -, me convidando para visitar o seu país, para que eu vá naquela região de conflito, ou melhor, do massacre, da covardia, a região do terrorismo praticado pelo Hamas contra Israel”, disse.
Bolsonaro, no entanto, aguarda decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o passaporte confiscado pela Polícia Federal, para evitar fuga do país em meio às investigações sobre a tentativa de golpe, advogados pediram autorização para que o ex-presidente deixe o país ao ministro.
A viagem acontece após Israel declarar Lula “persona non grata” no país. A crise diplomática foi gerada por causa da declaração do presidente brasileiro, que comparou o genocídio do povo palestino pelos sionistas à matança de judeus por Adolph Hitler na Alemanha nazista.
A declaração de Lula levou o massacre sionista para o centro da pauta das relações internacionais, com a maioria das lideranças globais apoiado o cessar-fogo defendido pelo presidente brasileiro.
Nas redes sociais, o chanceler Israel Katz usou a diplomacia da lacração para pressionar Lula a pedir desculpas pela declaração. O presidente, no entanto, afirmou que não fará isso e em novas declarações denunciou o massacre israelense em Gaza.
Bolsonaro, por sua vez, tem usado a declaração para angariar apoio principalmente entre evangélicos, que fazem a defesa de uma Israel bíblica, que nada tem a ver com o governo sionista de Netanyahu.
Fonte: Revista Fórum – Imagem: Twitter