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Na chegada à Alemanha, afegãos relatam pânico no aeroporto de Cabul

Cidadãos afegãos que chegaram à Alemanha na manhã de hoje descreveram cenas de horror que presenciaram no aeroporto de Cabul antes de conseguirem embarcar nos aviões militares alemães.

Os relatos foram publicados pela agência Reuters no aeroporto de Frankfurt, onde chegaram homens, mulheres e crianças que conseguiram deixar o Afeganistão depois que o Taleban tomou o poder.

Segundo a agência, nenhum dos poucos que falaram com os repórteres mencionou seus nomes ou o que faziam no Afeganistão por temerem retaliações contra familiares.

“Tivemos que forçar a entrada e meu filho caiu. Estávamos com medo, mas conseguimos. Um cara americano mostrou boa vontade e percebeu que estávamos totalmente exaustos. Ele pegou os passaportes para verificar se eram autênticos. Aí ele disse ‘tudo bem, pode entrar’. Outros atrás choraram e deitaram no chão. Foi assustador”, contou uma mulher.

Ela, o filho e o marido estavam no primeiro de vários voos organizados pela Alemanha para resgatar afegãos que correm risco de insurgentes do Taleban porque trabalharam para os exércitos da OTAN ou organizações de caridade financiadas pelo Ocidente.

Ao todo, mais de 2,2 mil diplomatas e outros civis já deixaram o Afeganistão em voos militares de diversas nacionalidades. Dando início aos resgates, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que vai oferecer asilo a cerca de 10 mil afegãos que trabalharam com o exército alemão e agências de desenvolvimento, bem como ativistas de direitos humanos e advogados.

“Todo mundo quer sair”, disse o marido da mulher, também falando em alemão e carregando o filho. “Cada dia é pior do que no dia anterior. Nós nos salvamos, mas não podíamos resgatar nossas famílias”, contou.

No aeroporto de Frankfurt, um jovem afegão vestindo uma jaqueta vermelha e branca falou de sua alegria por estar na Alemanha.

“A ansiedade era enorme porque minha família inteira ainda está lá”, disse ele. “Não foi fácil deixá-los para trás e vir para cá. Uma parte de mim ainda está lá. Estou muito emocionado, mas fora isso estou bem, graças a Deus.”

Uma menina com seus pais disse: “Quando os soldados abriram fogo, não foi bom porque todos ficaram com medo e começaram a gritar.”

Jogo do Poder

Com informações da agência Reuters

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