O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (17), criticou a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Braga Netto foi preso por indícios de que tentava obter dados da delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid no âmbito da investigação da tentativa de golpe de Estado após as eleições.
Mourão, que também é general da reserva, classificou a prisão como “indecorosa” e resultado de um processo judicial que, segundo ele, “desrespeitou as garantias legais”.
— Fragmentos de investigações são publicados em uma intriga constante, soez e criminosa, cuja única intenção é macular as Forças Armadas e, em particular, o Exército, dividindo a ativa e a reserva, atirando uns contra os outros, cindindo militares e civis. Esquecem que uma nação vive ou morre segundo o valor do seu Exército. O momento é de perplexidade ante os abusos que vêm sendo cometidos. Compete a esta Casa levantar-se em uníssono na defesa intransigente do verdadeiro Estado de direito.
O senador alertou para o que chamou de “ditadura da toga” e apontou o que entende ser perseguição política contra indivíduos identificados como conservadores e liberais na economia, especialmente aqueles próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, isso representa uma “degeneração” do Estado de direito no país.
— O Estado de direito é um controle institucional de crucial importância sobre os atores políticos e econômicos. É inconcebível que a democracia ou o capitalismo funcionem sem um sistema de justiça eficaz, em que as regras concebidas pelo Legislativo possam vigorar, em que os direitos do cidadão possam ser defendidos e em que as disputas entre cidadãos ou entidades corporativas possam ser resolvidas de maneira pacífica e racional — afirmou.
Fonte: Agência Senado – Imagem: Waldemir Barreto