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Moçambique inquieto com pandemia silenciosa da resistência antimicrobiana

Vice-ministro de Moçambique diz acreditar em colaboração internacional

O vice-ministro da Saúde de Moçambique, Ilesh Jani, lançou um apelo da necessidade de se tomar como realidade a questão da resistência antimicrobiana ao considerar a questão como “uma pandemia silenciosa”.

Falando à ONU News em paralelo à 79ª sessão de alto nível na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, o representante citou a necessidade imediata de alguns mecanismos para a redução de mortes a nível global.

Financiamento ao setor de saúde

“É necessário financiamento adicional, portanto nós não podemos combater estas crises globais como a resistência aos antibióticos e as mudanças climáticas sem um financiamento adicional ao sector. Este financiamento adicional deve ser previsível e preferencialmente orientado por planos nacionais.”

O investimento e fundo foram pontos apontados durante o fórum. O titular da pasta de saúde em Moçambique considera prioritário apetrechar o sistema de saúde com destaque a acesso a água e saneamento.

Cuidados de saúde primários

“Melhorar a disponibilidade da água e do saneamento, melhorar as nossas coberturas vacinais e a disponibilidade de vacinais para prevenir as doenças infecciosas, também melhorar as condições ao nível das unidades sanitárias para que nos façamos melhor a prevenção e controle. Precisamos de sistema de saúde forte e resilientes para lidar com estas crises globais como as mudanças climáticas e resistências antimicrobianas, isto significa um investimento no sistema de saúde com abordagem de cuidados de saúde primários.”

Dados da Autoridade Nacional Reguladora de Medicamento, Anarme, indicam que a falta de conhecimento, o uso irracional e abusivo de fármacos na saúde humana, animal e na produção de alimentos, são alguns dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da resistência antimicrobiana em Moçambique.

Para Ilesh Jani, a questão de resistência antimicrobiana deve ser tomada em consideração a colaboração internacional.

Essa cooperação deve ser norteada pela evidência científica e de solidariedade o que poderá reduzir os gastos e o número de morte a nível global nos próximos anos.

Necessidades até 2030

“Cerca de 1.3 milhão de pessoas todos anos morrem diretamente por causa da resistência antimicrobiana e depois, evidentemente, tem um impacto financeiro desastroso no sistema de saúde porque tratar as infecções resistentes. Isso implica o uso de antibióticos mais caros e se estima que globalmente até 2030 cerca de US$ 40 biliões anualmente deverão ser anualmente investidos só para tratar as infecções resistentes.”

O vice-ministro de saúde de Moçambique destacou que um intervalo de cinco em cinco anos, especialistas da saúde se reúne para traçar estratégias de controle global da resistência antimicrobiana.

Estudos indicam que resistência antimicrobiana tem um impacto grave nos países mais pobres.

Fonte: ONU News – © Unsplash/Volodymyr Hryshchenko

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