Na tarde desta quinta-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, representará sua família na solenidade de posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Bolsonaro explicou que, devido à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele foi impedido de viajar ao país e teve seu passaporte retido.
“No sábado de manhã, aqui no Aeroporto de Brasília, tem um voo para os Estados Unidos e minha esposa irá para lá. Ela estava convidada, juntamente comigo, ela vai fazer sua parte. Tenho conversado com alguns próximos de Trump e ela terá tratamento bastante especial”, afirmou Bolsonaro durante entrevista ao programa Faroeste à Brasileira, da Revista Oeste.
Defesa e recursos
O ex-presidente também mencionou a possibilidade de recorrer à decisão de Moraes. “Essa questão do passaporte ainda está em jogo. Tenho uma equipe de advogados que pediu para eu não entrar em particularidades do processo porque cabe recurso, muita coisa está por vir”, disse Bolsonaro.
Ele também enfatizou o relacionamento próximo com Donald Trump e a importância do evento. “Ele [Trump] tem um carinho para comigo. Ele gostaria de apertar a minha mão também, senão não teria me convidado. Parece que foram cinco chefes de Estado convidados, e eu não sou chefe de Estado. Não estou indo para festa de batizado da filha ou da neta de ninguém, é um evento de posse da maior democracia do mundo”.
Decisão do STF
Na mesma data, o ministro Alexandre de Moraes reafirmou a decisão de manter o passaporte do ex-presidente retido, alegando que não houve alterações que justificassem a revogação da medida cautelar. Moraes destacou também os riscos de fuga e a histórica defesa de Bolsonaro por atitudes que poderiam comprometer o cumprimento das leis brasileiras.
“Ressalte-se, ainda, que, em diversas outras oportunidades, o indiciado Jair Messias Bolsonaro manifestou-se, publicamente, ser favorável à fuga de condenados em casos conexos à presente investigação e permanência clandestina no exterior”, diz o documento do ministro.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024, no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder após o término de seu mandato.
Posição da PGR
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se posicionou contra a devolução do passaporte. Em sua argumentação, Gonet ressaltou que “não há interesse público” na presença de Bolsonaro no evento, já que ele “não exerce função que confira status de representação oficial do Brasil”.
Conclusão
Com Michelle Bolsonaro representando seu marido, o evento de posse de Donald Trump ganhará a presença da ex-primeira-dama brasileira, enquanto Jair Bolsonaro aguarda os próximos passos judiciais em relação ao seu impedimento de viagem e participação em eventos internacionais.
IA – Imagem: Marcelo Camargo
