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Lula explica por que chama Bolsonaro de genocida: “não cuida da população”

Ao responder porque acusa Bolsonaro de genocídio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (12), em entrevista à Russia Today, emissora estatal russa, que faz essa acusação “porque simplesmente o Presidente da República não cuida do país e sua população”. Lula disse que a pandemia atingiu o Brasil com aviso prévio porque já estava ocorrendo em outros países. E que o presidente Jair Bolsonaro simplesmente deveria ter feito “o que seria óbvio”.

“Mas o presidente não sabe nada a não ser sobre armas e violência. Ele poderia ter promovido um comitê técnico com experts e cientistas. Poderia ter reunido os governos dos estados e ter constituído um comitê de crise. E permitir que a sociedade brasileira participasse do processo de combate a doença. Para mitigar o impacto da pandemia no país. Mas ele não fez isso. Ele desacreditou a pandemia, dizia que as pessoas não deveriam usar máscaras e passou a receitar a hidroxicloroquina para a população.”

Lula também disse sobre a acusação de genocídio que até hoje o presidente continua banalizando a morte. E também desacredita a ciência e não acredita no povo brasileiro. “A única coisa que ele faz é seguir as mesmas para baboseiras que o Trump faz nos Estados Unidos”, disse ainda em sua resposta sobre a questão do genocídio.

Protagonismo internacional

Essa foi a primeira entrevista depois do histórico pronunciamento do Dia da Independência, em que acusou Bolsonaro de ser submisso aos Estados Unidos. Na entrevista ele volta a tratar do papel dos americanos na América Latina. E acusa o país de nunca ter aceitado o protagonismo internacional do Brasil desde a chegada do PT ao poder em 2003.

A Russia Today diz que ao chegar ao Palácio do Planalto, há 17 anos, Lula foi responsável por tirar 20 milhões de seus compatriotas da pobreza e de investir em educação. Na entrevista, Lula critica a resposta do governo Bolsonaro e analisa o papel dos médicos cubanos na luta contra o coronavírus. Ele também fala da perseguição judicial que sofreu por obra de setores do Ministério Público Federal e do ex-juiz federal Sérgio Moro, que o condenou à prisão e, em seguida, virou ministro de Bolsonaro.

Papel dos EUA no golpe

Lula trata ainda do papel do Departamento de Estado dos EUA, da CIA e do Departamento de Justiça dos EUA na deposição de Dilma Rousseff da Presidência da República. Ele também aponta o papel abusivo e ilegal de Moro e do procurador Deltan Dallagnol, além de relembrar as conquistas de sua administração no combate à fome. Ele também condena as tentativas de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos e a estrutura oligárquica da mídia no Brasil.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também falou em defesa do jornalista Julian Assange, fundador do site Wikileaks, conhecido por revelar documentos confidenciais de governos de diversos países.

Redação

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