A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência distribuirá nas ruas um panfleto exclusivamente pensado para o público evangélico. O material reúne versículos bíblicos, propostas para um eventual governo e imagens do ex-presidente e de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Um dos excertos se dedica à defesa da paz no Brasil, afirmando que a chapa Lula-Alckmin implementará, se eleita, uma segurança pública cidadã com menos armas e menos mortes. “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus”, diz um versículo usado no panfleto, extraído da Bíblia.
“As armas dos cristãos são espirituais. Jesus disse que era para os seus filhos e filhas se amarem, e não se armarem. O governo atual é marcado pela facilitação do acesso às armas de fogo. São elas que causam o aumento da violência e ameaçam as nossas famílias”, segue o texto.
São citadas mais de dez passagens dos livros de Salmos, Mateus, Romanos, Eclesiastes, Gálatas, Timóteo e Provérbios para falar de temas como saúde, combate à fome e valorização das mulheres.
Os candidatos ainda afirmam querer “cuidar da criação de Deus” promovendo a sustentabilidade social, ambiental e econômica. E finalizam o panfleto com a seguinte frase: “Oremos pelo nosso Brasil e por Lula e Alckmin”.
Segundo o conteúdo, o ex-presidente e seu candidato a vice têm como compromisso construir um país em que predomine o amor entre as pessoas e o respeito a todas as religiões. “Para eles, fazer política é um ato de amor e não um instrumento de violência. Nós, discípulos de Jesus, também devemos escolher o amor”, diz.
O material de campanha ainda afirma que, se eleito, Lula criará um novo Bolsa Família que pagará R$ 600 aos beneficiários de forma permanente e revogará marcos da atual legislação trabalhista.
Ele ainda sugere aos leitores que sigam as redes sociais intituladas Restitui Brasil, criadas pela campanha petista para atrair o público cristão.
A pesquisa Datafolha mais recente mostra o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 49% das intenções de voto entre evangélicos, contra 32% do petista. Entre os eleitores mais pobres desse grupo (renda familiar até dois salários mínimos), porém, Lula atinge 41% da preferência, contra 38% de Bolsonaro. Esse grupo representa 53% dos fiéis entrevistados.
Como mostrou a Folha, o ex-presidente Lula adotou a estratégia de listar leis sancionadas em seu governo para tentar quebrar a resistência entre o eleitorado evangélico à sua candidatura à Presidência.
As campanhas de Bolsonaro e Lula fazem apostas diferentes para cativar o eleitorado evangélico. A do atual presidente elegeu a pauta moral, enquanto a do petista prefere virar a chave para o tema econômico, na expectativa de que a dificuldade financeira leve esse fiel a rejeitar mais quatro anos de bolsonarismo.
Veja, abaixo, a íntegra do panfleto desenvolvido pela campanha Lula-Alckmin para eleitores evangélicos:
Fonte: Folha de São Paulo