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Lula defende combate às fake news para evitar retrocessos democráticos

Presidente alerta para o retorno do nazismo e do fascismo no cenário global.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta quinta-feira (16) a importância do enfrentamento às fake news como uma medida essencial para evitar o retorno do nazismo e do fascismo no cenário global. A declaração foi feita durante a cerimônia de regulamentação da reforma tributária no Palácio do Planalto, em um contexto de forte desinformação que marcou a semana.

O episódio mais recente de disseminação de mentiras envolveu boatos de que o sistema de pagamentos instantâneos, Pix, passaria a ser taxado, o que gerou pânico entre os usuários. A informação falsa foi amplamente compartilhada por parlamentares bolsonaristas e levou o governo a revogar um ato normativo da Receita Federal utilizado como pretexto para a desinformação.

No discurso, Lula abordou de forma indireta a crise provocada pelas fake news, reafirmando a urgência de combater essas práticas nocivas. “Não temos que ter medo de enfrentar mentira, não temos que ter nenhuma preocupação de enfrentar pessoas travestidas de políticos que, na verdade, tentaram dar golpe neste país em 8 de janeiro”, declarou o presidente. Ele alertou para os riscos de retrocessos democráticos caso a desinformação não seja combatida: “Se a gente perde, o sistema democrático está correndo risco no mundo inteiro”.

AGU prepara ação contra parlamentares bolsonaristas

Em resposta às mentiras disseminadas, a Advocacia-Geral da União (AGU) estuda entrar com uma ação civil pública contra os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), bem como contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Eles são acusados de espalhar desinformações que comprometeram a confiança no Pix e na Receita Federal.

Um dos principais alvos da investigação é um vídeo divulgado por Nikolas Ferreira, que alcançou mais de 200 milhões de visualizações e questionava a segurança do sistema Pix. A AGU também encaminhou à Polícia Federal (PF) um pedido para investigar a origem e a disseminação das fake news, ressaltando que as mentiras causaram danos concretos à economia popular e ao funcionamento do Estado Democrático de Direito.

“Manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas nem minar a legitimidade das instituições democráticas”, afirmou a AGU no documento enviado à PF. O ministro Jorge Messias destacou a importância de punir os culpados: “É fundamental que todos os atores envolvidos nessa desordem informacional sejam identificados e responsabilizados”.

Impactos na economia e resposta das instituições

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu uma nota desmentindo os boatos sobre o Pix, enquanto dados do Banco Central indicaram uma queda significativa no volume de transações realizadas pelo sistema durante o período de desinformção. A Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon) também foi acionada para apurar possíveis práticas abusivas que possam ter lesado consumidores.

Ao final do evento, Lula reiterou que o combate às fake news é essencial para proteger o regime democrático e evitar retrocessos históricos. “Não podemos permitir que criminosos se aproveitem da credibilidade de instituições públicas para lesar a população. A verdade precisa prevalecer”, concluiu o presidente.

IA, com informações Revista Fórum – Imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil

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