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Irã diz que críticas dos EUA sobre eleição presidencial é ‘ingerência’

O Irã acusou os Estados Unidos, nesta terça-feira (22), de “ingerência” em seus assuntos internos, depois que Washington criticou a falta de “liberdade” na eleição presidencial iraniana, marcada por uma abstenção recorde.

O ultraconservador Ebrahim Raisi foi declarado vencedor no sábado (19), com apenas 48,8% de comparecimento às urnas, conforme dados oficiais. Foi a menor participação desde que se proclamou a República Islâmica, em 1979.

Raisi, titular da Autoridade Judicial, obteve 61,95% dos votos. Ele era o franco favorito, diante da falta de competição real, após a desclassificação de seus principais oponentes.

Após o anúncio dos resultados, o Departamento de Estado americano lamentou que os iranianos tenham sido “privados de seu direito de eleger seus próprios líderes, por meio de um processo eleitoral livre e justo”.

Hoje, em uma entrevista coletiva em Teerã, o porta-voz do governo em final de mandato, Ali Rabii, denunciou a declaração dos EUA como “um exemplo de ingerência nos assuntos internos do Irã”.

“Nós a condenamos”, acrescentou.

Inimigos por mais de 40 anos, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980.

“O governo dos Estados Unidos não está em condições de comentar o processo eleitoral no Irã, nem em qualquer outro país”, disse Rabii.

As tensões entre ambos se intensificaram depois que os Estados Unidos denunciaram, em 2018, o acordo nuclear iraniano alcançado três anos antes e restabeleceram as sanções americanas que haviam sido suspensas pelo pacto. Este novo quadro mergulhou o país em uma dura recessão com dramático impacto social.

Desde o início de abril, Teerã e as partes do acordo dialogam em Viena, com o objetivo de reativar o pacto e reintegrar os Estados Unidos.

Jogo do Poder

Fonte: AFP

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