Iêmen concentra maior incidência de casos de cólera no mundo
Até 1 de dezembro, país árabe havia notificado 249.900 suspeitas da doença com 861 mortes desde o início do ano
Em março deste ano, o Iêmen registrou um surto de cólera que agravou a situação da doença no país.
No fim de 2024, o número de casos subiu em mais de um terço. Em novembro, foram 37% de ocorrências a mais se comparadas ao mesmo período do ano passado. Este mês, o aumento foi de 27% em comparação a dezembro de 2023.
Conflitos e combates pioram gerenciamento da doença
Os dados são da Organização Mundial da Saúde, OMS. A agência da ONU informou que o país árabe tem a maior incidência de notificações do cólera em todo o mundo.
Uma tendência que está cada vez mais persistente desde o grande surto de 2017 a 2020.
Até 1 de dezembro, o Iêmen havia registrado 249.900 suspeitas de cólera com 861 mortes associadas à doença desde o início do ano. Na média global, o Iêmen concentrou 18% de todos os óbitos no mundo.
Para a OMS, o aumento de casos de cólera este ano se deve a atualização de dados ajustada com informações de todos os distritos iemenitas.
Práticas de higiene ajudariam a reverter quadro
O representante da agência no Iêmen, Arturo Pesigan afirma que o surto de doenças como cólera e diarreia aguda colocam ainda mais pressão sobre um sistema de saúde bastante carente. Além disso, existe uma séria falta de fundos que agrava o socorro.
Para ele, a falta de água potável, práticas precárias de higiene e um acesso limitado a tratamento impedem a prevenção e controle do cólera.
O Iêmen precisa de intervenções abrangentes na área de saúde com vigilância, laboratórios, iniciativas de prevenção comunitárias, água, saneamento e higiene, além de vacinas contra a doença.
Um outro problema é a infraestrutura danificada de água e saneamento devido ao conflito. O maior receio agora é que o Iêmen repita o grande surto de cólera ocorrido entre 2017 e 2020.
Centenas de centros de tratamento foram fechados
A OMS afirma que o financiamento de combate à doença tem uma lacuna de US$ 20 milhões. Entre março e novembro deste ano, centenas de centros de reidratação e tratamento contra diarreia foram fechados por falta de dinheiro.
Fonte: ONU NEWS – Imagem: © IOM/Majed Mohammed