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Haiti atinge 1 milhão de desalojados devido à violência de gangues

Na capital, Porto Príncipe, deslocamento aumentou 87% num ano acompanhado pelo colapso de serviços

A Organização Internacional para as Migrações, OIM, informou nesta terça-feira que o deslocamento interno provocado pela violência de gangues no Haiti triplicou no último ano. Atualmente, a ilha caribenha tem mais de 1 milhão de pessoas vivendo nessa situação.

O ponto mais saliente é a capital, Porto Príncipe, onde o deslocamento aumentou 87% acompanhado pelo colapso de serviços como assistência médica e piora da insegurança alimentar.

Piora da crise humanitária

Segundo os dados mais recentes, existem 1.041.000 pessoas, muitas delas deslocadas por várias vezes, enfrentando uma crise humanitária cada vez mais intensa. A nota da OIM, publicada em Genebra, revela que as crianças representam mais da metade da população deslocada.

Os novos dados enfatizam que o total de deslocados aumentou três vezes em relação aos 315 mil de dezembro de 2023. O recorde de desalojados por causa da violência ressalta as necessidades urgentes de segurança e assistência no Haiti.

Atuação conjunta

Para a diretora-geral da OIM, Amy Pope, o país precisa de auxílio humanitário sustentado imediato para salvar e proteger vidas. A ação conjunta ajudará a abordar as causas básicas da violência e instabilidade que levaram ao alto número de mortes e danos, segundo a representante.

O retorno forçado de cerca de 200 mil pessoas no último ano ao Haiti, a maioria da vizinha República Dominicana, piorou a crise. Ambos os países compartilham a ilha caribenha de Hispaniola.

Para a OIM, o total de locais que abrigam desalojados em Porto Príncipe aumentou de 73 para 108 em 2024. Os maiores desafios incluem a grave sobrelotação e falta de acesso adequado a serviços essenciais, como alimentos, água limpa, saneamento e educação.

Nesses locais, as condições pioram para as famílias que tentam sobreviver em abrigos improvisados ​​em meio a riscos de saúde e proteção.

Necessidades urgentes

A atuação da OIM inclui a oferta de apoio essencial, como entrega de água limpa, assistência médica e abrigo. A agência busca apoio para expandir ainda mais os esforços, atender necessidades urgentes e ajudar a reconstruir vidas dos afetados.

Em 2024, a agência da ONU garantiu acesso a 18 milhões de litros de água limpa para abastecimento dos locais que abrigam deslocados e reabilitou bombas de água em comunidades afetadas onde vivem milhares de famílias.

Foram igualmente fornecidos artigos essenciais, incluindo cobertores, recipientes de água, lâmpadas solares e kits de higiene. A OIM viabilizou ajuda à realocação, subsídios de aluguel, assistência médica e apoio psicossocial a 75 mil pessoas.

Fonte: ONU News – Imagens: © UNICEF/Ralph Tedy Erol

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