Um dos pilares da saúde mental é a inserção dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na vida normal em sociedade, inclusive pela via do trabalho e de atividades geradoras de renda. Para auxiliar no processo, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) mantém o Grupo de Trabalho e Renda (GTR), que promove ações de capacitação para este grupo e auxilia na busca de emprego. Na manhã de hoje (1), a equipe esteve em reunião com o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque.
Pessoas com deficiência psicossocial apresentam sequelas de transtornos mentais, mas que não as incapacita de trabalhar e ter uma vida produtiva. O GTR, que está em atividade desde 2018, procura identificar os usuários dos CAPS com este perfil e os estimula a desenvolverem habilidades, de forma a estarem aptos a assumirem postos no mercado formal ou pela comercialização dos artigos produzidos por eles.
A assistente social Anna Klicia Sá Urtiga, do CAPS II Sudeste, explica que o GTR trabalha com três linhas de ação. “A primeira é a inserção no mercado formal de trabalho. Nós auxiliamos os usuários para que sejam empregados por meio desta lei de cotas, que contempla a deficiência psicossocial”, explica.
Desde o início do trabalho do GTR, 29 pessoas já foram absorvidas pelas empresas em Teresina. Uma delas foi Walkiria Pedrosa, que trabalha em uma loja de material de construção da capital. “Eu achava que não seria capaz, mas no momento que fiz a entrevista, que eu via o jeito, me senti muito confiante. No primeiro dia de trabalho eu fiquei muito nervosa, porque queria fazer tudo muito bem feito, mas foi muito bom”, relata ela.
A segunda linha contempla o mercado informal, em que os CAPS desenvolvem diversas ações como produção de artesanato, participação de cursos, realização de oficinas e a formação de grupos de produção em todos os sete CAPS da rede municipal. “Nós trabalhamos não apenas com usuários, como também seus familiares, e tudo isso para promover o desenvolvimento artesanal para a comercialização desses produtos, identificando habilidades e aptidões”, conta Anna Klícia.
A terceira linha consiste na comercialização. A gerência da Saúde Mental da FMS mantém no Shopping da Cidade o quiosque Inspirados, que recebe o material produzido nos CAPS para serem comercializados. “A equipe do quiosque também participa em feiras que acontecem na cidade, levando o material para venda”, explica a assistente social. A renda gerada é direcionada para os usuários e para a aquisição de matéria prima para a produção de novas mercadorias.
Fonte: Sesapi