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Divulgação de fake news sobre Rio Grande do Sul aumenta caos e tem fins eleitoreiros, diz professora da UFSM

Uma onda de desinformação foi criada a partir da situação de calamidade pública que vive o Rio Grande do Sul por causa das chuvas. As notícias falsas têm origem principalmente em grupos extremistas, com objetivos muito definidos, explica a jornalista Luciana Carvalho, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Ela contou ao Central do Brasil desta sexta-feira (10) que um método se repete. “Assim como ocorreu na pandemia, esses momentos de crise acabam potencializando esse problema da desinformação, que gera confusão, gera pânico, atrapalha quem está em busca de ajuda, quem está querendo ajudar em meio a catástrofe. Não são apenas as chamadas fake news, notícias falsas. Mas tem também conteúdo descontextualizado”, pontua.

Uma das notícias desmentidas foi a de que caminhões com doações para a população do estado gaúcho estariam sendo barrados nas estradas por não apresentarem nota fiscal. O influenciador digital Pablo Marçal foi um dos que publicou um vídeo em rede social com a desinformação.

Por causa disso, Marçal virou alvo de ação da Advocacia-Geral da União (AGU). Ele ainda passou a ser investigado junto com o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela Polícia Federal sobre as fake news relacionadas à situação no Rio Grande do Sul.

“Há um grupo, um movimento coordenado, organizado, que quer difamar governos, forças armadas, instituições. Tem fins eleitoreiros, a gente sabe, né? É inacreditável. A gente vê uma união de forças, inclusive o governo federal, o governo estadual, prefeituras se unem pra tentar atender as vítimas nesse momento. E, por outro lado, tem grupos que são extremistas e que querem gerar discórdia, que pensam na questão eleitoreira e estimular, inclusive, pânico. Isso gera caos, e no meio do caos tem muita gente que lucra com isso”, argumenta a professora da UFSM.

A Agência Nacional de Transportes (ANTT) estabeleceu, por meio de portaria, a isenção de pedágio nas rodovias federais para veículos que estejam transportando donativos ao Rio Grande do Sul. Também dispensou a fiscalização nos postos de pesagem, facilitando o fluxo.

Com muita informação o tempo todo por causa da tragédia, fica fácil se deparar com uma mentira, segundo Luciana Carvalho. Mas há formas para não deixar ser enganado por ela.

“As pessoas estão muito dominadas pelas emoções, pelas crenças, mas quem tem interesse em não contribuir para esse ecossistema de desinformação que prejudica todo mundo, há algumas dicas básicas. Vamos parar diante de qualquer informação que a gente receber e desconfiar, adotar uma postura crítica, independente”, recomenda.

“Olhar para aquela informação, verificar se saiu em outros lugares. Ah, ‘só tem um site dando aquela informação’, desconfia. Vá para o Google, uma pesquisa básica no Google. Pergunte para outras pessoas, mas não tome como verdade aquilo que é dito. É importante olhar para o contexto, se faz sentido aquela informação naquele contexto, verificar a data…”

Fonte: Brasil de Fato/Edição: Matheus Alves de Almeida/Imagem: 

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