Declaração de Cascais é aprovada para promover paz no mundo
Adoção acontece na reta final do 10º Fórum Global da Aliança para as Civilizações em Portugal
Representantes globais, incluindo chefes de Estado e de governo, adotaram por unanimidade a Declaração de Cascais visando promover a paz perante uma realidade de guerra em locais como Gaza, Ucrânia, Líbano ou Sudão.
O documento passou por unanimidade no 10º Fórum Global da Aliança para as Civilizações que se desdobra até esta quarta-feira em Cascais, Portugal.
Aumento da violência, antissemitismo e nacionalismo
A declaração, que tem o nome da cidade portuguesa que acolhe o evento, centra-se em soluções de futuro diante do aumento da violência, do antissemitismo e do nacionalismo.
Na sessão de abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, assinalou o contexto global de “tempos muito difíceis” e a necessidade de paz nesse cenário.
A adoção da declaração é o ponto central do encontro global, que incluiu um fórum para jovens, um festival de cinema, uma celebração no Centro de Inovação Intercultural e painéis ao longo de todo o evento.
Guterres falou da necessidade de “vozes e ações a todos os níveis” ao destacar o papel dos mais jovens para o mundo poder alcançar a paz.
Destaques da Declaração de Cascais
A declaração de 25 parágrafos aponta um conjunto de ações inovadoras em prol da paz, A atuação envolveria o recurso à utilização da inteligência artificial como ferramenta para promover o diálogo intercultural e inter-religioso, o combate à desinformação e ao discurso de ódio.
A Declaração de Cascais sublinha a importância do diálogo entre gerações, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos, bem como o esporte e o reforço do papel das mulheres como negociadoras e mediadoras da paz.
O documento aponta o compromisso dos líderes mundiais e os parceiros a enfatizar a necessidade de combater todas as formas de intolerância religiosa.
A declaracao reconhece o papel central da educação inclusiva na promoção do diálogo, da paz e dos direitos humanos. Outro ponto ressaltado é o papel que os líderes religiosos podem desempenhar na mediação de conflitos e na cooperação para o desenvolvimento.
A declaração sublinha o impacto positivo que uma migração segura, ordenada e regular pode ter nos países de origem e de destino.
Foi enfatizada a recente adoção do Pacto para o Futuro, que defende um multilateralismo revigorado e a importância da voz dos líderes religiosos e das organizações religiosas na promoção de uma cultura de paz.
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a urgência do encontro global em Cascais sublinhando que é “especialmente relevante num mundo que, mais uma vez, se encontra dominado pelo egoísmo, pela arrogância, pela intolerância, pelo isolacionismo”.
*Sara de Melo Rocha é correspondente da ONU News em Lisboa.
Fonte: ONU News – Imagem: ONU News/Eileen Travers