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Conservador, Guillermo Lasso assume a presidência do Equador

O conservador Guillermo Lasso assume nesta segunda-feira (24) a presidência do Equador após derrotar o correismo e reconquistar, depois de duas décadas, o poder para a direita, representada em Quito por presidentes e líderes políticos da América do Sul e da Espanha.

Este ex-banqueiro de 65 anos herda um país em crise econômica, que se aprofundou com a covid-19, sendo o Equador o sétimo país da América Latina em número de casos (418.851) e mortes (20.193), de acordo com uma contagem da AFP.

A posse na Assembleia Nacional contará com a presença de governantes de diversos países, como Brasil, Jair Bolsonaro; Colômbia, Iván Duque; e Chile, Sebastián Piñera. Também o rei da Espanha, Felipe VI, segundo o ministério da Comunicação.

Como prelúdio, no domingo foi realizado em Quito um fórum ibero-americano de direita organizado pela Fundação Internacional para a Liberdade (FIL), liderada pelo prêmio Nobel Mario Vargas Llosa, com participação de Lasso e seus “amigos” José María Aznar, ex-governante da Espanha, e Andrés Pastrana, da Colômbia.

O encontro, que também contou com a presença do líder da oposição venezuelana Leopoldo López, debateu os desafios da liberdade num momento em que o governo colombiano enfrenta protestos sociais e no Chile a esquerda desperta.

“Novo aliado”

Em mensagem gravada, Duque comemorou que “temos no Equador, com o presidente Guillermo Lasso, um novo aliado como chefe de Estado para continuar defendendo juntos a democracia na região”.

“Estamos caminhando juntos pela democracia e liberdade em todo o continente americano”, disse López, condenado em 2015 em seu país a quase 14 anos de prisão depois de ser acusado de incitar a violência em protestos contra o governo de Nicolás Maduro.

Na véspera da eleição presidencial de 11 de abril, Lasso expressou sua rejeição contundente ao “totalitarismo” e seu desejo de que a Venezuela volte ao caminho democrático.

“Sempre lutaremos pela democracia na região. Promoveremos todos os esforços para que os países sejam governados por governantes democráticos, em um ambiente de liberdade. Nunca de totalitarismo”, disse ele em entrevista à AFP.

Na votação, o ex-banqueiro levou a melhor na revanche contra o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) ao derrotar seu sucessor, o economista Andrés Arauz, por 4,72 pontos.

Após uma década de instabilidade institucional (1997-2007), em que o Equador teve sete presidentes – três deles destituídos — e da era correista, Lasso é o primeiro direitista a ser eleito.

Para o seu mandato de quatro anos, promete um “governo do encontro” que procurará ultrapassar a polarização entre o correismo e o anticorreismo, e uma luta feroz contra a corrupção.

“Não permitiremos a impunidade”

Correa, que desde que deixou o poder vive na Bélgica, foi condenado em 2020 à revelia a oito anos de prisão por corrupção.

Vários ex-funcionários de seu governo estão presos por corrupção, incluindo seu ex-vice-presidente Jorge Glas, que desde 2017 cumpre seis anos de prisão por receber propinas milionárias da construtora brasileira Odebrecht.

“Não permitiremos a impunidade. Que os corruptos tenham medo. Que aqueles que abusaram dos equatorianos tenham medo”, declarou Lasso na quinta-feira, ao apresentar seu gabinete.

Ele acrescentou que “aqueles de nós que não abusaram de ninguém, respeitaram a lei, que agiram honestamente, não precisam ter medo de um governo de mudança”.

Com as forças dispersas e sem maioria absoluta no Congresso, seu movimento Criando Oportunidades (CREO) teve que se aliar a setores de centro e de esquerda para conseguir uma frente na Assembleia Legislativa excluindo o correismo.

“Veremos se essa aliança realmente ajudará a governança, porque vejo linhas vermelhas”, disse à AFP Wendy Reyes, consultora política e professora da Universidade de Washington.

Com o Fundo Monetário Internacional (FMI) como principal credor do Equador em troca de reformas estruturais, os setores sociais se opõem aos aumentos de impostos e aos planos de privatização.

Lasso antecipou parcerias público-privadas e concessões para obter recursos.

(Com AFP)

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