Conselho de Segurança da ONU debate crise no Oriente Médio em reunião fechada
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúne em sessão fechada nesta sexta-feira para debater a situação no Oriente Médio.
O encontro deve ter a participação de altos funcionários da ONU e será presidido pelo ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.
Israel-Palestina
O país está na presidência rotativa do órgão neste mês e convocou a reunião. O representante brasileiro, que estava no Camboja nesta semana, anunciou que adiou uma visita às Filipinas para liderar a sessão.
A crise no Oriente Médio se agravou após um ataque do Hamas contra Israel no último sábado. Com a resposta das forças israelenses, a situação humanitária na Faixa de Gaza vem se agravando nos últimos dias.
Esta é a segunda reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito. Os Estados-membros já se reuniram sobre a questão no último domingo, também em sessão fechada.
Destruição de casas e escolas
A escalada do conflito causa um deslocamento em massa em Gaza. Segundo o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, mais de 338 mil pessoas estão deslocadas, um aumento de 30% em apenas um dia.
Mais de 218 mil estão abrigadas nas escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestinos, Unrwa. Em Gaza, mais de 2,5 mil casas foram destruídas ou danificadas gravemente e 23 mil sofreram danos moderados ou leves.
Até o momento, pelo menos 88 instalações educacionais foram atingidas, incluindo 18 escolas da Unrwa, duas das quais eram usadas como abrigos de emergência para deslocados, além de 70 escolas da Autoridade Palestina.
O Ocha alerta que já é o sexto dia consecutivo em que mais de 600 mil crianças não têm acesso à educação em locais seguros em Gaza.
Infraestrutura civil
Segundo a ONU, a única usina de energia ficou sem combustível e parou de funcionar, deixando a região sem eletricidade. Desde o início do conflito, sete importantes instalações de água e saneamento que atendem a mais de 1 milhão de pessoas foram atingidas por ataques aéreos e sofreram danos graves.
O Ocha afirma que esgoto e resíduos sólidos estão se acumulando nas ruas, representando um risco à saúde. Metade das padarias tem estoque de farinha de trigo para menos de uma semana, enquanto 70% das lojas relatam estoques de alimentos significativamente reduzidos.
Acesso à ajuda humanitária
As agências humanitárias continuam enfrentando grandes desafios para fornecer assistência humanitária. A insegurança impede o acesso seguro às áreas afetadas e aos depósitos.
Apesar das condições desafiadoras, os trabalhadores humanitários prestaram alguma assistência, incluindo a distribuição de pão fresco para 137 mil pessoas deslocadas, a entrega de 70 mil litros de combustível para instalações de água e saneamento, e a ativação de linhas de apoio psicossocial.
Nesta quarta-feira, o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, alocou US$ 9 milhões do Fundo Central de Resposta de Emergência para apoiar com urgência aos esforços de socorro.
Fonte: ONU News – Imagem: Ziad Taleb