Congressistas da Bolívia trocam socos e chutes devido a acusações de golpe; veja
O senador Henry Montero e o deputado Antonio Gabriel Colque trocaram vários socos e chutes até serem separados pelos colegas da Casa, de acordo com as imagens divulgadas pela TV boliviana.
Montero é do partido Creemos, o mesmo do ultradireitista e ex-candidato à Presidência Luis Fernando Camacho. Colque é do Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales e do atual presidente, Luis Arce.
A briga ocorreu durante uma sessão em que o ministro de Governo, Carlos Eduardo del Castillo, apresentava um balanço do conflito político na Bolívia desde a renúncia de Evo, em novembro de 2019, reiterando a narrativa de que o líder indígena foi vítima de um golpe para deixar a Presidência.
“A história mostra que o povo se impôs ao governo interino [de Añez]. Agora sabemos a verdade. Na Bolívia houve um golpe que matou gente e roubou dinheiro dos bolivianos”, disse Castillo.
Em março, Añez foi presa sob acusação de conspiração. Ela foi encontrada dentro de uma cama box. À época, o próprio Castillo escoltou a ex-presidente. Os aliados de Añez, que, hoje, voltaram a ser opositores, dizem que sua prisão foi um ato de perseguição política, rejeitam a acusação de golpe e afirmam que o que levou o povo boliviano às ruas em 2019 foi a série de acusações de fraude eleitoral contra Evo.
Durante a sessão desta terça, Castillo se dirigiu aos gritos aos parlamentares do Creemos, chamando-os de “cúmplices” do golpe sob a liderança de Camacho, um dos protagonistas na manobra que levou à renúncia de Evo e que, nas últimas eleições, tornou-se governador da região de Santa Cruz de la Sierra.
Montero exigiu respeito e, na sequência, começou a discutir com Colque e outros legisladores pró-governo que o cercavam. Foi quando a troca de socos e chutes começou. Colque, que aparece nas imagens vestindo uma jaqueta azul, chega a cair no chão, onde segue brigando com o adversário político.
Em outro local no prédio do Congresso, duas parlamentares dos mesmos partidos também se agrediram mutuamente. As deputadas Tatiana Añez (Creemos) e María Alanoca (MAS) trocaram empurrões e puxões de cabelo. A sessão do Congresso foi suspensa por vários minutos até que o clima de violência cessasse e o ministro Castillo retomasse sua apresentação.
(Com informações Folha de São Paulo)