O terceiro trimestre começou com 13,1 milhões de desempregados no Brasil e o menor número de pessoas ocupadas da série histórica, levando a taxa de desemprego a saltar para o recorde de 13,8% nos três meses até julho, com o mercado de trabalho sob contínua pressão das consequências da Covid-19.
A taxa de desemprego subiu 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e contra 11,8% no mesmo período de 2019.
Esse é o nível mais alto da série histórica iniciada em 2012, de acordo com os dados da Pnad Contínua divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ainda ficou um pouco acima da mediana das previsões em pesquisa da Reuters, de que a taxa ficaria em 13,7% no período.
Nos três meses até julho, o Brasil contabilizava 13,130 milhões de desempregados como consequência das medidas de contenção do coronavírus, que vêm afetando a economia desde o final de março.
O número de desempregos no trimestre até julho representa alta de 2,5% em relação aos três meses imediatamente anteriores e avanço de 4,5% sobre o mesmo período do ano anterior.
Entre maio e julho, houve ainda queda de 8,1% no número de pessoas ocupadas na comparação com o trimestre imediatamente anterior, além de recuo de 12,3% sobre o mesmo período do ano passado. Com isso, o número de pessoas ocupadas chegou no período a 82,027 milhões, o menor contingente da série.
O nível de ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, uma queda de 4,5 pontos frente ao trimestre anterior e de 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de 2019.
“Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos”, disse a gerente da pesquisa, Adriana Beringuy.
No auge da pandemia, houve um forte movimento de pessoas que estavam desempregadas ou perderam trabalho em direção à população fora da força, ou seja, aquele grupo que estava sem trabalho e não buscava uma vaga. Com a flexibilização das medidas de isolamento social, muitas pessoas estariam se encorajando a voltar a buscar uma vaga no mercado de trabalho.
A população fora da força de trabalho atingiu o recorde da série e chegou a 78,956 milhões de pessoas – mais 8 milhões em relação ao trimestre anterior e mais 14,1 milhões frente ao mesmo trimestre de 2019.
Entretanto, o aumento foi menor do que no trimestre encerrado em junho, quando o ganho foi de 10 milhões de pessoas.
“A população fora da força aumentou muito, mas em julho, aumentou menos. Isso pode indicar um certo retorno das pessoas ao trabalho. Os movimentos ainda são discretos no comparativo com todo o período, mas é um indicativo”, explicou Beringuy. (Reuters)
Redação