O Antagonista – Ciro Nogueira, o todo-poderoso ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, não consegue garantir palanque ao presidente da República, que buscará a reeleição em outubro, nem sequer em seu próprio estado, o Piauí.
Para tentar derrotar o candidato ao governo do seu antigo aliado, o petista Wellington Dias, que tentará fazer como sucessor o secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, Ciro apostou no ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes, que trocará o PSDB pela União Brasil.
Ocorre que Mendes não quer e não vai dar espaço para Jair Bolsonaro em seu palanque. Recentemente, como registramos, ao ser questionado em entrevista à TV Cidade Verde sobre quem apoiaria para a Presidência da República, o ex-prefeito da capital piauiense respondeu assim:
“Não, ninguém [será apoiado por ele para a Presidência da República]. Não, não. Não quero saber disso. Eu quero saber é do Piauí.”
No fim deste mês, Bolsonaro vai ao sul do Piauí, para uma inauguração envolvendo 5G inventada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, e para a qual nem o próprio Ciro Nogueira confirmou presença ainda — há quem acredite que ele vá alegar “problemas na agenda” para não comparecer.
O Antagonista soube que apoiadores do presidente estão tendo dificuldades para garantir um número minimamente razoável de pessoas no cercadinho bolsonarista durante o evento: lideranças locais têm buscado atrair, principalmente, representantes do agronegócio.
Sem poder contar com as articulações locais do ministro palaciano, que sempre se elegeu aliado a Lula e Dilma Rousseff, Bolsonaro pode acabar ficando, no Piauí, no palanque inexpressivo de Diego Melo (PL), um oficial da Polícia Militar bolsonarista que já foi derrotado para os cargos de deputado federal e prefeito da capital e que agora quer se candidatar ao governo.
Fonte: O Antagonista