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China e Rússia ameaçam EUA por ida a Taiwan: ‘Pagarão o preço’

Autoridades da China e da Rússia criticaram hoje os Estados Unidos pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, à ilha de Taiwan — uma parada confirmada de sua viagem à Ásia.

Repetindo o tom de ameaça dos dias anteriores, a China disse, antes de Pelosi desembarcar, que os EUA pagarão o preço pela visita.

“Os Estados Unidos carregarão a responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e a segurança da China”, disse à imprensa a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

Pelo Telegram, a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou o país liderado por Joe Biden de desestabilizar o mundo. A declaração se assemelha à feita por Washington em relação à guerra na Ucrânia, desencadeada após invasão russa no território vizinho.

“Washington desestabiliza o mundo. Nem um único conflito solucionado nas últimas décadas, mas muitos provocados”, afirmou Zakharova.

A China considera Taiwan uma província que ainda não conseguiu ser reunificada ao restante do seu território desde o fim da guerra civil chinesa. Pequim cita reiteradamente a possibilidade de recuperar o território, inclusive pela força se considerar necessário.

O governo chinês se opõe a qualquer iniciativa que conceda legitimidade internacional às autoridades taiwanesas e a qualquer contato oficial entre Taiwan e outros países.

Ontem, a China subiu o tom de seus avisos e disse que as Forças Armadas não “ficarão só olhando” caso Nancy Pelosi vá a Taiwan.

“A China adotará seguramente contramedidas decididas e fortes em defesa de sua soberania e integridade nacional. Os EUA precisam respeitar o princípio da China Única, os três comunicados sino-americanos e manter a promessa de Joe Biden de não apoiar a independência de Taiwan”, disse um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Zhao Lijian.

Apesar de Joe Biden ter ido contra a visita de Pelosi, a Casa Branca condenou as ameaças.

“Não há motivos para Pequim transformar uma visita potencial, consistente com uma política de longo prazo dos EUA, em algum tipo de crise ou conflito, ou usá-la como pretexto para aumentar exercícios militares agressivos em torno do Estreito de Taiwan”, disse ontem John Kirby, coordenador de comunicação do Conselho de Segurança Nacional.

“Não brinquem com fogo”

O governo dos Estados Unidos mantém uma “ambiguidade estratégica” sobre se as tropas do país atuariam em um conflito. No plano diplomático, Washington reconhece Pequim e não Taipé, mas respalda o governo democrático de Taiwan e se opõe a uma mudança à força no status da ilha.

Na quinta-feira, os presidentes da China e dos Estados Unidos tiveram uma conversa telefônica tensa, durante a qual Xi Jinping disse a Joe Biden que o governo americano não deveria “brincar com fogo” no que diz respeito a Taiwan.

O presidente americano, Joe Biden, se opôs à visita de Pelosi a Taiwan devido aos recentes avisos de que o país de Xi Jinping não veria a visita com bons olhos. No entanto, fontes do governo americano disseram ao jornal The New York Times ser “improvável” que ela mude de ideia em relação à visita à ilha.

A democrata tem um histórico de críticas contra o governo chinês e apoiou os manifestantes pró-democracia em Hong Kong nos anos recentes. Em 1991, ela esteve na Praça da Paz Celestial, local do massacre de 1989 em Pequim, com um pequeno cartaz que homenageava “aqueles que morreram pela democracia”, dizia o texto.

Se a parada se concretizar, ela será a primeira presidente da Câmara dos EUA a visitar o local em 25 anos.

Uol, com informações da AFP

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