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Castillo se declara vencedor, mas órgão eleitoral do Peru espera fim da apuração

BUENOS AIRES – Pedro Castillo se declarou na noite desta terça (8) vencedor da eleição presidencial peruana. Da varanda do comitê de seu partido, o Perú Libre, no centro de Lima, o candidato de esquerda afirmou que o “povo falou” e que, “de acordo com o relatório de nossos fiscais, já temos o resultado”. “Vimos que o povo impôs essa vitória por meio das urnas. Por isso, peço a vocês para não caírem em provocações.”

Na manhã desta quarta, com 99,79% das urnas contabilizadas, a vitória de Castillo parece irreversível, já que ele ostenta 50,2% dos votos, enquanto Keiko Fujimori tem 49,7%. Ainda assim, o Júri Nacional de Eleições não fez nenhum pronunciamento oficial confirmando o resultado e espera, para o começo da tarde, a chegada de votos depositados no exterior, de países como Chile e Brasil. Essa fatia é importante porque soma quase 1 milhão de eleitores. Os que faltam chegar, no entanto, não chegam a 2% dessa cifra.

A perspectiva de que o panorama já está definido é tão forte que um dos analistas políticos mais respeitados do Peru, David Sulmont, especializado em estatística eleitoral, publicou em redes sociais acreditar que o ciclo eleitoral acabou e que “Castillo será o novo presidente”.

Keiko, que, na noite de segunda-feira (7), depois de ser ultrapassada pelo adversário na apuração, acusou a existência de “fraude sistêmica” no pleito e foi contrariada por observadores internacionais, não fez novas declarações desde então. A candidata havia exibido vídeos e fotos como supostas evidências de que atas eleitorais haviam sido alteradas. Os registros também mostrariam treinamento dado a mesários e fiscais de Castillo para cometer atos ilegais que garantissem sua vitória.

O Júri Nacional de Eleições, porém, informou que a Missão de Observadores da União Interamericana de Órgãos Eleitorais apresentou relatório no qual afirma que o pleito ocorreu de modo regular e com êxito.

A declaração foi corroborada pela Missão de Observação Eleitoral da OEA, composta por 40 membros e liderada pelo ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano. Para o órgão, eventuais inconformidades “não comprometeram a eleição como um todo” e podem ser “resolvidas pela via legal”.

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