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Bolsonaro questiona e defesa do general Braga Netto contesta acusações

A prisão de Braga Netto ocorreu no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez após a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, que foi seu candidato a vice-presidente na eleição de 2022. Em uma postagem na rede social X, antigo Twitter, na noite deste sábado (14/12), Bolsonaro questionou os motivos da prisão: “Há mais de 10 dias o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”

A prisão de Braga Netto ocorreu no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro também é um dos indiciados no inquérito, que já apontou 37 pessoas como envolvidas em uma possível trama golpista.

Defesa do general contesta acusações

A defesa de Braga Netto, em nota à imprensa poucas horas após a prisão, negou que o general tenha tentado obstruir a Justiça. Segundo os advogados, “o general da reserva sempre colaborou com as autoridades e não tomou nenhuma medida que pudesse configurar obstrução de investigações”. A nota também reiterou que Braga Netto não cometeu qualquer ato ilícito relacionado às ações investigadas pela Polícia Federal.

Entenda a operação

A prisão de Walter Braga Netto foi realizada na manhã deste sábado, no Rio de Janeiro, em cumprimento a uma ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação central é de obstrução de Justiça, no contexto do inquérito que apura a tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022.

Além da prisão de Braga Netto, também foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra o coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor do general, em Brasília. Os investigadores apuram a existência de medidas que teriam como objetivo interferir nas apurações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Contexto do inquérito

O inquérito que resultou na prisão do ex-ministro da Defesa investiga um suposto esquema de articulação para desestabilizar o resultado das eleições presidenciais de 2022. Segundo a Polícia Federal, o objetivo seria implementar medidas que colocassem em xeque a legitimidade do processo eleitoral e da posse de Lula como presidente.

Os documentos da investigação indicam que houve tentativa de mobilização de forças institucionais e civis para minar a democracia. Nesse cenário, Braga Netto é acusado de ter desempenhado papel central em ações que teriam como finalidade impedir ou dificultar o andamento das investigações em curso.

Repercussão política

A prisão do general e o posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro agitaram o meio político. Aliados de Bolsonaro consideram a prisão uma medida excessiva e politicamente motivada. Por outro lado, representantes do governo e de partidos alinhados ao presidente Lula defenderam a atuação da Justiça e afirmaram que ninguém está acima da lei.

A expectativa agora é pelo desenrolar das investigações e pelo posicionamento oficial do Supremo Tribunal Federal sobre os próximos passos do inquérito. O caso deve continuar repercutindo nos âmbitos jurídico e político nos próximos dias.

Imagem: Alan Santos

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