Inelegível e cercado por inquéritos judiciais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue buscando protagonismo no cenário político brasileiro. Inspirado pela reeleição de Donald Trump nos EUA, Bolsonaro intensificou aparições públicas e entrevistas, sinalizando disposição para 2026.
Nesta semana, o ex-presidente esteve em destaque devido a um atrito com o senador Marcos Pontes (PL-SP), que lançou candidatura à presidência do Senado sem apoio do partido, e pelas entrevistas concedidas aos veículos alinhados ao bolsonarismo, Fio Diário e Revista Oeste.
Bolsonaro criticou suas escolhas ministeriais, afirmando que deveria ter nomeado ministros mais “casca-grossa” em áreas estratégicas, como a Casa Civil e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A declaração foi vista como tentativa de se distanciar de antigos aliados, como os generais Braga Netto e Augusto Heleno, ambos investigados por envolvimento em tramas golpistas.
Influência de Trump e o futuro da direita
Bolsonaro também alimenta esperanças de reverter sua inelegibilidade com base no exemplo de Trump, que perdoou envolvidos no ataque ao Capitólio. Apesar das semelhanças, analistas políticos alertam que o retorno de Trump não garante o mesmo para o bolsonarismo.
Embora tenha descartado a candidatura de Michelle Bolsonaro em 2026, Bolsonaro continua a se posicionar como líder da direita, tentando centralizar o movimento em sua imagem, mesmo diante de concorrentes na direita radical.
Com aliados favoritos nas disputas do Congresso, como Davi Alcolumbre no Senado e Hugo Motta na Câmara, Bolsonaro ainda encontra apoio político. Porém, o avanço dos processos no STF e as investigações na Polícia Federal podem redesenhar o tabuleiro até as eleições de 2026.
Para analistas, a estratégia de Bolsonaro de se manter relevante na mídia é clara. Porém, seu futuro político segue incerto em meio às polêmicas e ao embate judicial.
IA – Imagem: Valter Campanato