Deutsche Welle – O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (11/02), em Boca Raton, nos Estados Unidos, que quer voltar ao Brasil nas próximas semanas.
A declaração foi dada durante uma palestra numa igreja evangélica da Church of all Nations, na Flórida, o estado americano para onde Bolsonaro foi pouco antes do fim do seu mandato presidencial.
Bolsonaro abordou vários assuntos, incluindo a eleição perdida para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro disse que ”não conseguiu ser reeleito, pelo menos diante do TSE”, e acrescentou que ”sua missão na Terra” ainda não acabou.
O ex-presidente também comentou a situação em Roraima, afirmando que a Terra Indígena Yanomami é alvo de muitos interesses por suas riquezas. Ele não expressou solidariedade com o sofrimento do povo yanomami, pelo qual o governo dele é acusado de negligência.
Bolsonaro sugeriu que seria possível gerar energia hidrelétrica na TI Yanomami, ”pagando royalties aos indígenas”, mas disse haver muitos interesses contrários, sem especificar quais seriam.
“Se não tivesse riqueza lá, não seria demarcado como terra indígena. Os interesses são muitos. Não há interesse em ajudar a população. Eles são exatamente iguais a nós. Têm o mesmo sentimento, o mesmo destino. E são o povo mais pobre no solo mais rico do mundo”, completou,segundo relato do jornal O Estado de S. Paulo.
Visto de turista
O evento em português foi organizado para uma plateia de apoiadores do ex-presidente, que até então não havia falado em público sobre voltar para o Brasil.
O grupo organizador da palestra, chamado Yes Brazil USA, que se define como ”cristão de direita”, divulgou que todos os ingressos para o evento haviam sido vendidos.
Bolsonaro chegou aos Estados Unidos em 31 de dezembro, com um visto diplomático de um mês, que venceu em 31 de janeiro. Ele estava acompanhado de assessores e da esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Todos já deixaram a Flórida.
Advogados de Bolsonaro disseram à imprensa brasileira que o ex-presidente solicitou um visto de turista para permanecer nos Estados Unidos.
Fonte: DW – as (AP, Reuters, ots)