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Bolsonaro distribui cargos com mandato fixo para aliados

O presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou Célio Faria Júnior, ministro-chefe da Secretaria de Governo, e João Henrique Nascimento de Freitas, assessor especial da Presidência, para a Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP). As nomeações dos dois aliados foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira (18).

Júnior e Freitas foram nomeados para um mandato de três anos. Isso significa que permanecerão no governo federal em boa parte do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Ambos são da linha de frente de auxiliares do presidente. Júnior está com Bolsonaro desde 2019 e já foi chefe de gabinete. Freitas é assessor direto. Na Comissão de Ética Pública, os dois serão parte de um grupo de sete pessoas e terão um papel consultivo ao presidente e aos ministros. Serão responsáveis, portanto, por consultas acerca de conflitos de interesses e apuração de eventuais violações do Código de Conduta da Alta Administração Federal, por exemplo.

As nomeações se somam a outras cinco que ganharam destaque por envolverem pessoas próximas de Bolsonaro e de seus aliados e apoiadores.

O presidente também nomeou Gilson Machado para o cargo de diretor-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) com um mandato de quatro anos. Machado esteve à frente do Ministério do Turismo desde dezembro de 2020. Ele também é conhecido por ser o homem que frequentemente participava como sanfoneiro das transmissões ao vivo do presidente, às quintas-feiras, nas redes sociais.

Antes, Bolsonaro nomeou Elizabeth Regina Nunes Guedes, irmã do ministro da Economia Paulo Guedes, para compor a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), com um mandato também de quatro anos. Elizabeth é presidenta da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), criada para defender os interesses das instituições privadas. Agora, será uma das responsáveis pela formulação e avaliação da política nacional de educação, além da criação de normas e diretrizes para o setor.

Também foram nomeadas Leila Soares de Souza Perussolo, cunhada do governador reeleito de Roraima Antônio Denarium (PP), aliado de Bolsonaro, e Ilona Becskehazy, bolsonarista aguerrida, como mostram suas publicações nas redes sociais, para a Câmara de Educação Básica.

No mesmo dia, Bolsonaro nomeou Marcela Magalhães Braga, ex-assessora de Michelle Bolsonaro, para o cargo de vice-cônsul do Brasil em Orlando, nos Estados Unidos.

Bolsonaro pressiona presidente do PL por ação judicial golpista 

O presidente Jair Bolsonaro tem pressionado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao qual é filiado, por uma ação judicial contra o resultado da eleição presidencial, segundo colunista do UOL Thaís Oyama.

Segundo interlocutores de Valdemar Costa Neto, Bolsonaro telefona praticamente todos os dias citando argumentos golpistas, como o relatório do Ministério da Defesa, que não cravou que não houve fraude, bem como um relatório que está sendo finalizado pelo Instituto Voto Legal. Este último foi contratado após insistência de Bolsonaro e seus filhos e custou R$ 1,3 milhão.

O presidente do PL foi desmentido sobre seu suposto encontro com Sandro Nunes Vieira, ex-juiz auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no qual teriam conversado sobre irregularidades nas urnas. “Fui informado pela equipe de comunicação do TSE que meu nome havia sido citado pelo Presidente do Partido Liberal, Sr. Valdemar Costa Neto, no contexto de que teria falado comigo sobre eventuais irregularidades nas urnas eletrônicas. Sobre o tema, venho esclarecer que nunca tive contato pessoal com o Presidente do Partido Liberal. Como Juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política”, afirmou Vieira.

Fonte: Brasil de Fato/Imagem: Isac Nóbrega/PR

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