Diariamente uma equipe do Banco de Alimentos arrecada frutas, verduras e legumes doados pelos feirantes e que apresentam uma aparência diferente, mas estão bons para consumo e com os valores nutricionais devidamente preservados. Eles são recolhidos no mercado, selecionados na sede do programa por uma equipe técnica de nutricionistas e repassados para as 22 entidades cadastradas no projeto.
“São muito bem-vindos esses alimentos, sempre chegam numa boa hora, pois há dias que a gente não tem nada mesmo para comer. Esse projeto é muito importante”, conta Ana Paula Almeida, que alimenta as duas filhas e três sobrinhas com a ajuda do Banco.
A maioria das entidades atendidas são extremamente carentes e mal conseguiam realizar suas atividades devido a insegurança alimentar. É o caso do Movimento Mais Amor, uma associação sem fins lucrativos com objetivo de ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social, muitas delas chefiadas por mulheres. O grupo atende hoje cerca de 700 famílias na região Sul, principalmente na Vila Irmã Dulce, e o foco das ações é ajudar a garantir o direito de ter o alimento de forma constante.
“Quantas famílias não têm isso aqui? Toda sexta-feira nós recebemos essa ajuda. Tenho duas filhas e cinco netos, além do meu marido e eu. É uma ajuda muito grande. Agradeço muito a Ceasa e o Movimento Mais Amor. Aqui na Vila Irmã Dulce são muitas mães que se beneficiaram desse programa de alimentos da Ceasa”, conta Rosângela Maria Oliveira, uma das mães beneficiadas pelo projeto.
Ela destaca também a variedade de produtos que recebem do Banco de Alimentos, conferindo uma alimentação rica e diversificada. “Tem as frutas, que é uma merenda boa. Os legumes ajudam a temperar a comida, às vezes a gente faz uma sopa. Tem a batata, que a gente frita ou coloca na comida também. Uma batatinha ou uma cenoura dessa já é muita coisa. Tudo pra mim é importante aqui”, comenta Rosângela.
Antes da criação do Banco de Alimentos, em 2018, os produtos que hoje chegam à mesa de famílias carentes de Teresina e região iam para o lixo. A mudança é parte de um processo de ampliação, modernização de estrutura e conceito de negócios implantado a partir de um contrato de Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo do Estado e a concessionária Brazil Fruit, que administra a Nova Ceasa.
Segundo Francisca Moura, presidente do Movimento Mais Amor, quando a organização começou, antes da criação do Banco de Alimentos, eles só conseguiam atender pouco mais de 300 famílias. “Com o cadastro no Banco de Alimentos da Nova Ceasa, a gente conseguiu ampliar esse atendimento e ter também uma qualidade melhor na distribuição das nossas frutas e verduras”, ressalta.
Para Francisca, a motivação para o trabalho é ver a necessidade das pessoas na sua forma mais básica: comida. “Isso é reflexo do que a gente vê na sociedade, onde a vulnerabilidade atinge principalmente as mulheres e, na sua maioria, chefes de família. Então, a gente faz o possível para que as pessoas tenham pelo menos um pouco do que a gente pode doar, são 700 famílias que hoje ajudamos e que graças a Deus a gente tem a certeza que vão dormir com alguma coisa para estar colocando na panela”, explica.
Fonte: CCom