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Ataques russos à rede elétrica ameaçam sobrevivência de ucranianos no inverno

Destruição causada por mísseis e drones deixou mais de um milhão sem eletricidade

Ataques com mísseis e drones de longo alcance causaram danos em pelo menos 13 regiões da Ucrânia e na capital Kyiv, nesta quinta-feira, deixando mais de um milhão de pessoas sem luz.

O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU disse que os ataques massivos realizados pela Rússia aumentaram as preocupações com a situação dos civis, que estão “enfrentando um inverno de dificuldades e aflição”.

Ataques ameaçam a sobrevivência no inverno

Falando a Jornalistas em Genebra, Jeremy Laurance, destacou que à medida que as temperaturas caem abaixo de zero, a eletricidade se torna “ainda mais crítica para a sobrevivência da população civil”.

Ele afirmou que esses ataques “recorrentes e sistemáticos”, observados desde março, devem ser investigados e “qualquer pessoa considerada responsável por violações graves deve ser responsabilizada”.

O porta-voz explicou que a campanha militar para danificar ou destruir a infraestrutura energética da Ucrânia, como instalações de aquecimento durante os meses de inverno, “levantam sérias preocupações quanto ao respeito das forças russas aos princípios cardeais do direito internacional humanitário”.

Em algumas regiões, serviços essenciais, incluindo água e transporte, foram interrompidos. Laurance enfatizou que idosos, famílias de baixa renda, pessoas com deficiência e aqueles que são deslocados internamente, foram particularmente colocados em risco.

Uma equipe de especialistas da Aiea visita a Usina Nuclear de Zaporizhzhya, na Ucrânia, em junho de 2024
Aiea – Uma equipe de especialistas da Aiea visita a Usina Nuclear de Zaporizhzhya, na Ucrânia, em junho de 2024

Segurança nuclear sob “grande risco”

Devido aos ataques desta quinta-feira, as três usinas nucleares em operação na Ucrânia reduziram sua geração de eletricidade. Para o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, esses ataques colocam a segurança nuclear sob “grande risco”.

Rafael Mariano Grossi afirmou que a infraestrutura energética da Ucrânia é “extremamente frágil e vulnerável” e pediu a “máxima contenção militar” em áreas com grandes instalações de energia nuclear.

Não houve relatos de danos diretos às usinas nucleares, mas a Aiea foi informada pela Ucrânia de que os ataques mais uma vez afetaram as subestações elétricas que as usinas usam para transmitir e receber energia externa.

Equipes da Aiea visitaram sete subestações em setembro e outubro para avaliar a situação após os ataques de agosto, encontrando “danos extensos”.

Sinais alarmantes de escalada

Esta semana no Conselho de Segurança, o secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos e de Construção da Paz, alertou para “sinais alarmantes” de uma escalada na guerra na Ucrânia.

Para Miroslav Jenca, “os últimos acontecimentos seguem os relatos já perturbadores de tropas da Coreia do Norte sendo enviadas para a zona de conflito”

Ele ressaltou ainda que a cidade ucraniana de Dnipro foi atingida por um míssil balístico russo de alcance intermediário em 21 de novembro, que teria afetado uma área industrial ao sudoeste.

Mísseis balísticos

Autoridades ucranianas relataram que o míssil estava equipado com seis ogivas, cada uma com seis submunições. A arma disparada de Astrakhan, na Rússia, levou apenas 15 minutos para percorrer cerca de 1 mil km de distância.

Segundo agências de notícias, horas depois, o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que o país havia testado um novo míssil convencional de alcance intermediário chamado “Oreshnik”.

Ele afirmou ainda que o ataque em Dinipro foi em resposta ao uso pela Ucrânia de mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente.

Jenca sublinhou que as Nações Unidas não têm detalhes adicionais sobre esses incidentes, incluindo o tipo de armas usadas. No entanto, ele afirmou que o uso de mísseis balísticos representa uma ameaça “muito perigosa”.

O secretário-geral adjunto enfatizou que a ONU condena todos os ataques a alvos civis e infraestrutura crítica, independentemente do sistema de armas utilizado.

Fonte: ONU News – Imagem: Unicef/Aleksey Filippov

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