A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou uma queda significativa, atingindo apenas 24% de aprovação, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14/2). O levantamento indica que a reprovação do governo também atingiu um recorde, alcançando 41%.
Essa é a pior avaliação de um governo de Lula em seus três mandatos. Em dezembro do ano passado, o governo possuía uma aprovação de 35%, mas em apenas dois meses houve uma queda de 11 pontos percentuais. A reprovação também cresceu sete pontos no período, consolidando um momento de baixa popularidade para o governo petista.
Comparativo com gestões anteriores
Segundo o Datafolha, a última vez que Lula teve um índice tão baixo foi entre outubro e dezembro de 2005, durante a crise do mensalão, quando a aprovação chegou a 28%. O recorde anterior de reprovação foi registrado em dezembro de 2023, quando a taxa chegou a 34%.
O levantamento também comparou os números de Lula com os de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), no mesmo período de governo. Em fevereiro de 2021, Bolsonaro tinha 40% de reprovação, um número próximo ao de Lula atualmente, mas sua aprovação era maior, chegando a 31%.
Rejeição cresce entre setores que apoiavam Lula
A pesquisa também mostrou que a desaprovação ao governo cresceu entre setores que historicamente apoiavam o presidente. Entre os eleitores que recebem até dois salários mínimos, a aprovação caiu de 44% para 29%. Esse grupo representa mais da metade da amostra populacional do Datafolha, com margem de erro de três pontos percentuais.
No Nordeste, região considerada reduto eleitoral do PT, a queda também foi significativa. A aprovação passou de 49% para 33%, uma diferença de 16 pontos percentuais. A margem de erro para essa região é de quatro pontos percentuais.
Possíveis causas para a queda
Especialistas apontam que um dos fatores que contribuíram para a queda na popularidade de Lula foi o aumento da inflação, especialmente o encarecimento dos alimentos, que impacta diretamente o orçamento das famílias brasileiras.
Outro fator relevante foi a polêmica em torno da fiscalização de transações via Pix pela Receita Federal. O governo anunciou que transações acima de R$ 5 mil seriam monitoradas, o que gerou uma onda de desinformação sobre uma suposta “taxa do Pix”. Diante da repercussão negativa, o governo recuou da medida, mas a polêmica já havia impactado sua imagem.
A pesquisa Datafolha entrevistou 2.007 eleitores em 113 cidades brasileiras entre os dias 10 e 11 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
IA – Com informações CB – Imagem: Marcelo Camargo
