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Agências pedem a EUA que reconsidere saída da OMS e do Acordo de Paris

Organização Mundial da Saúde comentou anúncio do novo presidente americano, Donald Trump

Agências da ONU lamentaram a intenção dos Estados Unidos de se retirarem da Organização Mundial da Saúde, OMS, e do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. As medidas foram assinadas pelo presidente do país, Donald Trump nesta segunda-feira, em seu primeiro dia no posto.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, informou numa nota que a agência desempenha um papel crucial na proteção da saúde e da segurança da população mundial, inclusive das pessoas dos Estados Unidos.

Saída da OMS em um ano

Tedros pede que o país repense a decisão. Ele propõe um diálogo construtivo para manter a parceria, “em benefício da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo”.

Falando a jornalistas em Genebra, o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, explicou que a agência está analisando o texto e os detalhes exatos da ordem executiva, assinada por Trump, na noite de segunda-feira, para avaliar o impacto.

O primeiro passo para a retirada foi o envio de uma carta oficial, informando que os Estados Unidos deixarão de integrar formalmente a organização dentro de um ano.

Necessidade de visão e liderança na agenda ambiental

Na segunda-feira, o porta-voz do secretário-geral ONU, Stephane Dujarric, respondeu a jornalistas sobre a decisão americana de abandonar o Acordo de Paris sobre mudança climática. Dujarric lembrou que o tratado desencadeou uma revolução energética, oferecendo “oportunidades incomparáveis” ​​para impulsionar emprego e prosperidade.

Segundo o porta-voz de António Guterres, é “crucial que os Estados Unidos continuem liderando questões ambientais”.

A nota ressalta que Guterres está confiante de que cidades, estados e empresas dos Estados Unidos continuarão a demonstrar “visão e liderança”.

Já o secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, declarou que “a porta permanece aberta para o Acordo de Paris”, afirmando que as Nações Unidas saúdam o envolvimento construtivo de todo e qualquer país.

Parceria marcada por resultados

Em Genebra, o porta-voz da OMS lembrou que os Estados Unidos é um dos membros fundadores da OMS e que diversas instituições americanas contribuíram com a OMS e se beneficiaram da adesão à instituição.

Ele destacou que juntos a OMS e os Estados Unidos salvaram inúmeras vidas e protegeram a população mundial de ameaças à saúde. O representante citou exemplos como a erradicação da varíola e a quase erradicação da poliomielite.

Em 2023, os Estados Unidos foram o maior doador individual da OMS, contribuindo com 18% de todo o orçamento.

Parte “indispensável” do sistema humanitário

Tarik Jasarevic explicou que a OMS tem trabalhado na diversificação do financiamento e na procura de fontes sustentáveis de recursos financeiros.

Ele ressaltou o papel da agência em abordar as causas profundas das doenças, construindo sistemas de saúde mais fortes e detectando, prevenindo e respondendo a emergências de saúde.

O representante adicionou que a OMS lida com surtos de doenças, muitas vezes em situações perigosas e locais de difícil acesso.

O porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, Jens Laerke, disse que o mundo viveu mais tempo e com mais saúde graças ao trabalho da OMS.

Para ele a agência tem um papel-chave por estar em locais de difícil acesso, incluindo Gaza, Iêmen e Sudão. Laerke enfatizou que a OMS é “parte indispensável” do sistema humanitário internacional.

Fonte:  ONU News – Unrwa/Ashraf Amra

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