A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) realizou nesta sexta-feira, (16), na arena da Praça da Bandeira, um ato público de combate ao trabalho infantil. A ação contou com apresentações culturais dos assistidos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e distribuição de materiais informativos.
O ato público faz parte da programação das atividades em alusão ao 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Além do ato público, a programação encerrará com a Blitz Noturna, que acontecerá no dia 23 de junho na zona Leste de Teresina.
De acordo com Aline Teixeira, secretária executiva do SUAS/Semcaspi, ações como estas são importantes nas datas alusivas, mas a prevenção e enfrentamento devem ser constantes.
“Nós estamos aqui, no Centro, no coração de Teresina, para dizer: – Não! Não a exploração do trabalho infantil na nossa cidade! É preciso a gente saber que a Prefeitura, por meio do Dr. Pessoa e do secretário Allan Cavalcante, dizem não todos os dias, com as políticas públicas. Como é que a gente diz:- não? Ampliando a equipe de APS (agentes de proteção social), para fazer a sensibilização e a identificação; melhorando o trabalho dos conselheiros tutelares; ampliando o número de Conselhos Tutelares, que são a porta de entrada a todo tipo de violação; e também melhorando todas as equipes da rede socioassistencial”, pontuou.
Para Ricardo Oliveira, coordenador do Aepeti (Ações Estratégicas de Programas de Erradicação do Trabalho Infantil), o ato público é uma forma de chamar atenção para o trabalho infantil e suas formas danosas às crianças e adolescentes.
“No Centro de Teresina, encontramos muitas situações de trabalho infantil, especialmente, em relação a venda de produtos. Hoje, a gente quer enaltecer as potencialidades de crianças e adolescentes, com apresentações culturais, e teatrais. Todas as atividades na nossa programação estão sendo possíveis com o apoio de todos os nossos parceiros, que estão juntos atuando na prevenção e no enfrentamento ao trabalho infantil na cidade de Teresina”, ressaltou.
MISÉRIA ECONÔMICA DOS LARES
Leida Diniz, membro da coordenação do fórum estadual de erradicação ao trabalho infantil, aponta a miséria econômica dos lares a primeira causa do trabalho infantil e que as principais atividades exploratórias são: domésticas, agrícolas, carvoarias e lixões das cidades.
“É importante conscientizar a sociedade que criança e adolescente são prioridades nacional, portanto elas devem ter sua cidadania e direitos assegurados. O trabalho infantil é a maior chaga social que enfrentamos, sendo que em países desenvolvidos não tem trabalho infantil e o Brasil precisa adotar a cultura de respeito a cidadania humana. A miséria econômica dos lares é a primeira causa que faz com que as crianças sejam levadas ao trabalho infantil. Elas estão nessa situação, não porque querem, mas muitas vezes pela miséria material existente na família”, destacou.
SONHAR ALTO É PRECISO
Maria Isabele da Silva, 16 anos de idade, assistida do Centro de Convivência Casa de Metara, que participou do ato público, comentou que tem muitos projetos para a vida adulta e pretende dar muito orgulho a sua mãe.
“O trabalho infantil é algo que não era para acontecer no mundo de hoje. Não acho legal! Até porque eu sonho muito alto! Eu quero poder ser doutora e quando minha mãe chegar no hospital e dizer: “aquela menina é minha filha!”. Ter orgulho, sabe? As pessoas falam: – Nossa, você sonha alto! E eu: Não! Eu sou capaz de conseguir”, garantiu.
Fonte: Semcaspi