Mais de 30 comunidades em Teresina ainda não receberam a visita de um recenseador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para responder ao questionário do Censo Demográfico 2022, segundo a Superintendência do órgão no Piauí.
O Censo já está em reta final e seu resultado deve ser divulgado até o final de abril, entretanto, somente em Teresina, ainda há 37 comunidades que ainda não responderam ao questionário do IBGE. Entre os locais ainda não visitados pelo IBGE está o bairro Parque Brasil II, na zona Norte da cidade. De acordo com o IBGE, na semana passada, esse número era maior: 54 comunidades até então não haviam registrado participação no Censo.
A não participação dessas comunidades no Censo, segundo o IBGE, ocorre por duas razões: ou os moradores estavam ausentes quando os recenseadores passaram à época da coleta normal ou houve recusa de alguns moradores em fornecer as informações.
Somado a esses fatores, também há a questão da violência urbana, que torna alguns locais de mais difícil acesso, por questões de segurança. Relatório da Secretaria de Segurança Pública do Piauí indica os bairros onde, no ano de 2022, houve a maior incidência de crimes violentos, como homicídios. São eles: Santa Maria, São Joaquim, Parque Brasil, Mocambinho e Água Mineral, na zona Norte; Pedra Mole e Samapi, na zona Leste; Angelim e São Pedro, na zona Sul; e Itararé, na zona Sudeste.
A Secretaria de Segurança também explana dados sobre ocorrências de roubos violentos. Os bairros de maior incidência são: Santa Maria, Parque Brasil, São Joaquim, Parque Alvorada e Morro da Esperança, na zona Norte; Promorar, Santo Antônio, Santa Cruz e Angelim, na zona Sul; Parque Ideal, Novo Horizonte, Colorado e São Sebastião, na zona Sudeste; e Pedra Mole, Cidade Jardim, Vale do Gavião, Satélite, Porto do Centro, Árvores Verdes, Verde Lar, Santa Lia e Vale Quem Tem, na zona Leste.
Importância do Censo Demográfico
Os dados coletados pelo IBGE são de suma importância. É através do Censo Demográfico que a União calcula o valor a ser repassado às cidades, por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Com os dados demográficos também é possível analisar a situação da população e, a partir disso, direcionar as políticas públicas que cada comunidade precisa.
Desenvolvimento da cidade
A não coleta de dados em uma grande quantidade de comunidades compromete, portanto, o desenvolvimento da cidade. Considerando ainda que o Fundo de Participação dos Municípios não leva em conta a população flutuante, ou seja, aquelas pessoas que, mesmo não residindo em determinada cidade, acaba usufruindo de serviços e políticas públicas deste município.
Em Teresina, a população flutuante pode ser percebida, por exemplo, através da grande demanda do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde boa parte dos pacientes é de outras cidades. Dados atualizados do mês de fevereiro indicam que, do total de pessoas atendidas no hospital, 21,8% eram do interior do Estado do Piauí, e 6,5% de outros estados.
Fonte: Semcom