SÃO PAULO (Reuters) – O número de manifestações que interrompiam o fluxo de rodovias no Brasil registrou forte declínio nesta quarta-feira, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, com 156 ocorrências em 15 Estados do país.
Mas em Santa Catarina e Mato Grosso, focos iniciais do movimento golpista, o número seguia elevado.
Na segunda-feira, antes de o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ordenar a liberação das pistas e aplicação de multas de 100 mil reais, além de intimar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para agir contra os bloqueios, mais de 20 Estados registraram centenas de bloqueios ou atos em rodovias.
Os protestos, que começaram na noite de domingo em Estados como Santa Catarina e Mato Grosso contra o resultado na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), envolveram inicialmente caminhoneiros e ganharam adesão de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro ao longo da segunda-feira. Bolsonaro até o início desta quarta-feira não admitiu derrota para o petista.
Uma das manifestações foi desfeita na véspera pela torcida do Atlético Mineiro, que se dirigia de Minas Gerais a São Paulo para ver partida do time pelo Campeonato Brasileiro. Os torcedores, que chamaram de “Tropa do Fura Bloqueios”, publicaram vídeos em que podiam ser vistos liberando a Fernão Dias de pneus incendiados.
O Ministério da Justiça informou nesta quarta-feira que 912 multas foram aplicadas entre segunda e terça-feira contra motoristas que estão participando dos bloqueios nas estradas, em um total de 5,5 milhões de reais em autuações.
Nesta quarta, com boa parte das regiões Sudeste e Sul mostrando forte queda nas temperaturas e registrando chuvas, o foco das manifestações seguia em três Estados: Santa Catarina, com 35 interdições; Mato Grosso, com 30; e Paraná, com 9, segundo os dados da PRF.
Outros Estados também registravam bloqueios, como São Paulo, com 3 interdições, sendo uma na Via Dutra, nos dois sentidos do quilômetro 149. A via de acesso ao aeroporto internacional de Guarulhos seguia com concentração de alguns manifestantes, mas a pista não estava mais interditada, segundo informações da PRF.
(Por Alberto Alerigi Jr.)