Arma mais poderosa da França: como são os novos canhões usados pela Ucrânia
Militares ucranianos começaram a usar canhões Caesar nesta quarta-feira (25), no combate contra os russos. Os equipamentos foram doados pela França no final do mês passado, junto a mísseis antitanque Milan. As informações foram divulgadas pelas agências de notícias AFP e Reuters.
O canhão é considerado o carro-chefe da artilharia francesa. Ele é posicionado em um caminhão, precisa de cinco homens para manobrá-lo, pode disparar seis tiros por minuto e recomeçar a atirar, novamente, para escapar dos tiros de uma contrabateria, segundo a RFI (Rádio França Internacional).
“Ele permite atingir o inimigo a uma distância de 20 quilômetros ou mais da linha de frente com alta precisão. A esta distância estão artilharia, reservas, pontos de controle do inimigo [Rússia]. Sua destruição reduz o potencial ofensivo do inimigo”, disse Valery Zaluzhny, comandante das Forças Armadas da Ucrânia.
Ainda segundo Zaluzhny, os militares ucranianos “dominaram rapidamente” o novo equipamento. “Na verdade, em duas, três horas”, disse. “Sinceros agradecimentos aos parceiros pela ajuda. Serve para aproximar a nossa vitória.”
Apesar dos canhões franceses prometerem ajudar nos combates, se o conflito se prolongar, a Ucrânia pode ter um problema com as munições.
“Todos esperam que o conflito acabe logo”, explica Jean-Pierre Maulny, vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris). “Mas, caso se prolongue, não se descarta o risco de uma escassez de munições, particularmente em relação às armas Caesar”.
Outras ajudas militares
De acordo com a AFP, além da França, em abril a Ucrânia também recebeu ajuda militar do Reino Unido, Estados Unidos e da República Checa, a Alemanha.
Os governos de Paris, Washington, Londres e Praga deram preferência para mandar equipamentos que precisam de um apoio logístico limitado, ao invés de armamentos que precisam de vários meses de treinamento.
Atualização da guerra
Hoje o conflito da Rússia x Ucrânia entrou em seu 91º dia com ataques em vários pontos do leste ucraniano. Na região de Donetsk, ao menos 12 civis morreram ontem, segundo autoridades locais, e a região de Sumy foi atingida pela ofensiva feita no território russo.
Com os ataques ainda em andamento, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou como mentirosa a afirmação feita pelo Ministério da Defesa da Rússia de que estava com um ritmo menor na ofensiva. “Quase 30.000 soldados russos mortos. Mais de 200 aeronaves abatidas. Milhares de tanques russos perdidos, veículos blindados e outros equipamentos. A munição de mísseis russos está quase completamente esgotada. E eles querem encobrir com mentiras de que não estão lutando com força total?”, disse Zelensky em pronunciamento na noite de ontem, de acordo com a AFP e Reuters.
Apesar da última atualização sobre baixas ter sido confirmada pelo Ministério da Defesa da Rússia há exatos 2 meses (1.351 mortos e 3.825 feridos), o Parlamento russo se movimentou para aumentar a quantidade de pessoas aptas para a guerra.
Nesta quarta, o Parlamento aprovou uma lei removendo o limite superior de idade para o serviço militar. O projeto está à espera da sanção do presidente Vladimir Putin para se tornar lei.
Atualmente, apenas os russos com idade entre 18 e 40 anos e os estrangeiros com 18 a 30 anos podem se alistar como soldados profissionais nas Forças Armadas russas.
Fonte: UOL